Unimep no Centro

Instituição tenta eliminar ruídos sobre venda do Campus Taquaral

O reitor interino da Unimep, Ismael Forte Valentin, enfatizou que o ajuste é uma "adequação ao potencial financeiro da instituição" e não para o seu fechamento

Romualdo Cruz Filho
21/01/2023 às 06:37.
Atualizado em 21/01/2023 às 06:37
Reitor interino disse que a transferência de toda a estrutura será gradual, podendo demorar até um ano (Christiano Dihel Neto/Gazeta de Piracicaba)

Reitor interino disse que a transferência de toda a estrutura será gradual, podendo demorar até um ano (Christiano Dihel Neto/Gazeta de Piracicaba)

Em coletiva à imprensa, a diretoria da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) procurou, na manhã de sexta (20), clarear o processo de trabalho que vem sendo levado adiante tanto para o cumprimento das exigências do Plano de Recuperação Judicial - no qual a Unimep integra o grupo formado por 16 instituições metodistas de ensino no Brasil -, como para garantir o reinício tranquilo do ano letivo tanto no Colégio Piracicabano, na segunda-feira (23), como nos cursos da Unimep, no dia 13 de fevereiro, já na estrutura central da cidade.

A intenção da coletiva, portanto, foi tentar eliminar ruídos junto à sociedade causados pela decisão da instituição de transferir os cursos universitários ofertados no Campus Taquaral para o Campus Centro, divulgado no início desta semana. A notícia levou à interpretação de que a Unimep estaria sendo fechada e vendida, o que não é verdade. O reitor interino da Unimep, Ismael Forte Valentin, enfatizou que o ajuste é uma "adequação ao potencial financeiro da instituição" e não para o seu fechamento.

"Se fosse para fechar as portas não faria o menor sentido se submeter a um Plano de Recuperação tão rigoroso e fiscalizado em sua integralidade pela Justiça e pelo Ministério Público", observou Renata Helena da Silva Bueno, diretora de relações institucionais da Unimep.

Valentin reforçou: "Não vamos colocar cadeado no campus Taquaral no dia 12 de fevereiro e iniciar o ano letivo 2023 no Campus Centro no dia seguinte". A transferência de toda a estrutura de um lugar para o outro será gradual, podendo demorar até um ano. "Enquanto isso, a estrutura do Taquaral continuará sendo usada para aulas e estudos laboratoriais, até que tenhamos condições de acomodar tudo no Centro. Os ajustes necessários para essa acomodação também serão graduais, uma vez que precisaremos de recursos financeiros do próprio Plano de Recuperação Judicial para algumas intervenções mais complexas que teremos de fazer, já prevendo, inclusive, um crescimendo da demanda pelos nossos cursos. Somente após essa transição será possível colocar o Campus Taquarall à venda e não a Unimep". 

Ele explicou que esse processo em andamento em Piracicaba é similar ao que está ocorrendo em Lins e São Paulo, por exemplo, nas instituições do grupo, "conforme o que foi acordado no Plano de Recuperação Judicial". Ismael reforçou, ao longo de sua fala, a importância de não deixar qualquer dúvida sobre a continuidade das atividades da Unimep: "Estamos mudando para garantir que todos os alunos possam iniciar e concluir seus cursos de nível superior sem qualquer intempérie".

Existe a possibilidade inclusive, se todo o plano da Unimep andar conforme o esperado, que alguns imóveis, hoje elencados para venda no Plano de Recuperação Judicial, não tenham mais esse fim e possam continuar como espaço para a ampliação da instituição. O próprio prédio da Escola de Música de Piracicaba Maestro Ernest Mahle (Empem) pode ter essa sorte. "Mas tudo depende do sucesso do trabalho minucioso que estamos desenvolvendo e de a unidade não ser vendida até lá. Mesmo que isso venha a acontecer, a Empem também passará a funcionar no Campus Centro", concluiu Valentin. 

Renata Helena disse também que já foram pagos praticamente todos os credores da categoria funcionários ativos das instituições e parcela expressiva dos inativos, somente com os recursos financeiros já levantados com as vendas de alguns imóveis elencados no Plano de Recuperação Judicial, como o caso, por exemplo, do Campus Santa Bárbara, por R$ 50 milhões.

Segundo ela, está em andamento também um novo edital de venda que deve fortalecer ainda mais o trabalho das instituições do grupo, o que deve dar novo alívio às dívidas.

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