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Investigação mostra 'anomalias' em Boeing que caiu na Indonésia

A investigação sobre o acidente do Boeing da Sriwijaya Air, que caiu em janeiro na Indonésia, revela "anomalias" nos aceleradores automáticos, embora as causas do acidente ainda não estejam claras

AFP
10/02/2021 às 11:44.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:33

A investigação sobre o acidente do Boeing da Sriwijaya Air, que caiu em janeiro na Indonésia, revela "anomalias" nos aceleradores automáticos, embora as causas do acidente ainda não estejam claras.

Um relatório preliminar dos investigadores publicado nesta quarta-feira (10) concluiu que o Boeing 737-500, que caiu de uma altura de 3.000 metros em menos de um minuto em 9 de janeiro antes de desaparecer no mar de Java com 62 pessoas a bordo, sofreu um problema neste disposiivo.

"Os dois "autothrottles" (sistema de controle automático da aceleração da aeronave) mostram anomalias", afirmou Nurcahyo Utomo, investigador da agência indonésia para a segurança no transporte.

Esses sistemas complementam o piloto automático e servem para controlar a aceleração do avião e, portanto, sua velocidade e podem ser desativados pelos pilotos.

"O acelerador esquerdo seguia para trás muito rápido e o direito não se movia. Estava preso", explicou.

O relatório preliminar sobre o acidente que não teve sobreviventes, no entanto, expressa cautela sobre as causas.

"Mas o que provocou esta anomalia? Não podemos estabelecer nenhuma conclusão no momento", disse Utomo.

Os documentos mostram que esses controles já apresentaram problemas antes e foram consertados em duas ocasiões pouco antes do acidente, mas também não se descarta um erro humano.

"A investigação tem que continuar e vai se concentrar no sistema de aceleração automática e seus componentes, mas não só nisso, também na manutenção e nos fatores humanos", acrescenta o relatório.

"Normalmente esses sistemas estão ativados, mas se houver uma anomalia em seu funcionamento ou em seu movimento, os pilotos os desativam e tecnicamente o avião continua voando", explicou Gerry Soejatman, analista independente do setor da aviação, entrevistado pela AFP em Jacarta.

A questão é se "os pilotos perceberam esta anomalia e como reagiram", disse o especialista, confiando que a segunda caixa preta, a qual grava as conversas na cabine dos pilotos e que ainda não foi encontrada, pode responder a essas perguntas.

O avião acidentado tinha 26 anos e foi usado antes pelas companhias americanas Continental Airlines e United Airlines.

Caiu cinco minutos depois de decolar de Jacarta. A tripulação não emitiu nenhum sinal de alerta, nem comunicou nenhum problema técnico antes do acidente e o avião estava provavelmente intacto quando afundou no mar, informaram os especialistas.

A área, relativamente pequena, na qual foram encontrados os restos da aeronave e as informações de uma das caixas pretas, mostraram que os reatores funcionavam no momento do impacto.

A agência indonésia explicou que as conversas com a tripulação foram normais até o avião mudar de trajetória e parar de responder às perguntas da torre de controle.

A decolagem do avião havia sido atrasada por uma tempestade, mas nada indica que as condições meteorológicas tenham influenciado no acidente, segundo as autoridades.

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