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Irmãos Efromovich são presos em São Paulo em desdobramento da Lava Jato

O ex-presidente da Avianca Germán Efromovich e seu irmão, José Efromovich, foram detidos nesta quarta-feira (19) em São Paulo em um desdobramento da operação Lava Jato, que investiga fraudes em contratos celebrados entre os empresários e a Transpetro, subsidiária da Petrobras

AFP
19/08/2020 às 16:36.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:16

O ex-presidente da Avianca Germán Efromovich e seu irmão, José Efromovich, foram detidos nesta quarta-feira (19) em São Paulo em um desdobramento da operação Lava Jato, que investiga fraudes em contratos celebrados entre os empresários e a Transpetro, subsidiária da Petrobras.

"As medidas objetivam aprofundar as investigações a respeito do envolvimento de dois empresários em esquemas de corrupção na Transpetro [subsidiária da Petrobras], relacionados a contratos de construção de navios firmados pela estatal com o estaleiro EISA - Estaleiro Ilha S.A.", informou o Ministério Público em um comunicado.

As investigações, que não envolvem a Avianca, motivaram buscas nas residências dos irmãos Efromovich, de origem boliviana, e em quatro empresas de sua propriedade no Brasil.

Em virtude da pandemia, eles cumprirão prisão preventiva em casa, segundo documento judicial ao qual a AFP teve acesso.

De acordo com o relato dos investigadores, os empresários teriam pago propina de 28 milhões de reais a Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, para obter vantagens em contratos com a estatal, encarregada do transporte e da logística de distribuição de combustíveis no Brasil.

De acordo com Machado, que colabora com a justiça, as propinas foram disfarçadas em contratos de negócios fictícios. O Ministério Público estima que as irregularidades cometidas pelos empresários e Machado no âmbito da Transpetro tenham causado à estatal perdas de mais de 600 milhões de reais.

Em 2016, Germán Efromovich admitiu ao jornal O Globo ter transferido 28 milhões de reais a Machado entre 2009 e 2013, mas ele afirma que não se tratou de uma manobra ilegal, mas do pagamento de uma multa contratual.

Desde 2014, a operação Lava Jato revelou um gigantesco esquema de corrupção mediante o qual políticos, empresários e altos funcionários públicos fraudavam contratos para desviar dinheiro da Petrobras. Entre os principais condenados está o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

Germán Efromovich, que foi presidente da Junta Diretiva da Avianca, perdeu em 2019 o controle da companhia aérea, após uma "série de descumprimentos" de um acordo de empréstimo com a americana United Airlines, que entregou a administração da empresa ao sócio minoritário Kingsland.

Os irmãos Efromovich continuam tendo ações da empresa, mas não as controlam e não fazem parte do governo corporativo da empresa, informou um encarregado à imprensa.

Segunda companhia aérea da América Latina, a Aviança solicitou este ano acolhimento à lei de falências nos Estados Unidos para reorganizar sua dívida devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus.

Os irmãos são donos também da Avianca Brasil (marca comercial da Oceanair Linhas Aéreas S.A, independente da empresa colombiana), que está em recuperação judicial desde 2018.

mel/pr/yow/mvv

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