INTERNACIONAL

Itália expulsa dois diplomatas russos por espionagem

A Itália anunciou nesta quarta-feira (31) a expulsão de dois diplomatas russos envolvidos em um caso de espionagem, após a espetacular detenção na véspera de um oficial da Marinha italiana no momento em que entregava documentos confidenciais a um militar russo em troca de dinheiro

AFP
31/03/2021 às 10:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 04:10

A Itália anunciou nesta quarta-feira (31) a expulsão de dois diplomatas russos envolvidos em um caso de espionagem, após a espetacular detenção na véspera de um oficial da Marinha italiana no momento em que entregava documentos confidenciais a um militar russo em troca de dinheiro.

O caso acontece em um momento delicado para as relações entre Rússia e Europa, tensas devido à detenção do opositor Alexei Navalny, às denúncias por violações dos direitos humanos e a outros casos de espionagem.

O oficial italiano, um capitão de fragata, foi detido em flagrante delito de espionagem a favor da Rússia quando entregava documentos confidenciais a um militar russo em troca de uma quantia.

A operação aconteceu sob a supervisão do serviço italiano de Inteligência e do Estado-Maior de Defesa, após uma longa investigação.

"A intervenção aconteceu durante uma reunião clandestina entre os dois homens, que foram surpreendidos na troca de documentos confidenciais por uma quantia de dinheiro", relatou a polícia em um comunicado.

De acordo com a polícia, o valor era de 5.000 euros (5.800 dólares). Entre os documentos, estavam arquivos da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O cidadão russo foi identificado como um militar da embaixada de Moscou em Roma e não foi detido por sua condição de diplomata.

"Convocamos o embaixador russo na Itália e comunicamos o firme protesto do governo italiano. Notificamos a expulsão imediata de dois funcionários russos envolvidos neste grave assunto", escreveu no Facebook o chanceler italiano, Luigi Di Maio.

As autoridades italianas não informaram se o militar russo responsável por receber os documentos está entre os expulsos.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a presidência russa "não tem informações sobre as causas e circunstâncias" do caso.

"Esperamos que o caráter positivo e construtivo de nossas relações permaneça e seja preservado", disse.

A agência de notícias italiana AGI, que citou fontes judiciais, afirmou que a ação aconteceu em um estacionamento da capital italiana.

"De qualquer modo, esperamos que o ocorrido não tenha consequências nas relações bilaterais entre Rússia e Itália", afirma um comunicado divulgado pela embaixada russa.

O governo do Reino Unido, que tem relações abaladas com a Rússia, expressou apoio à Itália ante "a atividade desestabilizadora e maligna de Moscou (...) planejada para minar nosso aliado na Otan".

Este é o mais recente incidente de uma série de casos de espionagem russa na Europa.

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