INTERNACIONAL

Italianos advertem o mundo que com o coronavírus o pior está por vir

Depois da China, a Itália é o país mais afetado pelo novo coronavírus e muitos italianos imploram ao resto do mundo que se proteja contra este assassino invisível

AFP
19/03/2020 às 12:39.
Atualizado em 04/04/2022 às 23:16

Depois da China, a Itália é o país mais afetado pelo novo coronavírus e muitos italianos imploram ao resto do mundo que se proteja contra este assassino invisível.

"Protejam-se, eu imploro. Não escutem os que dizem que não é nada", tuitou a freira Linda Maresca.

"Eu faço uma advertência, para que vocês não tenham que passar pelo que vivemos aqui", escreveu o blogueiro italiano Marco Cartasegna a seus 386.500 seguidores no Instagram.

"Sigam nosso exemplo e adotem medidas para evitar uma crise em seu país", repetem vários italianos nas redes sociais.

Em menos de um mês, quase 3.000 pessoas morreram na Itália, um número muito próximo ao da China e que provavelmente será superado em breve.

O país identificou mais de 35.000 casos, a grande maioria no norte do país, onde os hospitais estão à beira do colapso.

A população é consciente da magnitude do desastre. De acordo com uma pesquisa publicada nesta quinta-feira, quase todos os italianos (94%) apoiam as medidas rígidas de confinamento adotadas pelo governo.

O cineasta Olmo Parenti produziu um curta-metragem, "Dez dias", que começa com o confinamento e no qual os italianos desejam enviar uma mensagem ao mundo sobre "o futuro".

"Pare de fazer piada da sua mãe quando ela pedir que você compre máscaras. Simplesmente vá comprá-las", disse uma mulher.

"O pior cenário? É exatamente o que está por vir", adverte outro, com a máscara sobre a boca.

O curta-metragem termina com uma mensagem: "Nós subestimamos. Não nos imitem. Fiquem em casa".

A Itália inicialmente isolou várias regiões do norte da península, onde mora 25% de sua população, convencida de que poderia conter o foco da propagação.

Mas a medida teve que ser ampliada alguns dias depois ao resto do país, onde boa parte da população continuava vivendo como sempre.

Um fenômeno que se repetiu em outros países da Europa, onde as pessoas continuavam frequentando bares e restaurantes, assim como partidas de futebol, shows de música e salas de cinema, apesar do aumento diário do número de mortos na Lombardia.

As imagens de milhares de torcedores franceses aglomerados nos arredores do Parque dos Príncipes, em Paris, após uma partida com portões fechados surpreenderam a opinião pública.

O comentário na semana passada na televisão de um médico britânico de que os italianos estavam usando o coronavírus como pretexto para "uma longa sesta" provocou indignação.

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