A enfermeira Poliana Garcia, interlocutora do Programa de Tuberculose e Hanseníase de Piracicaba, explica que a doença é uma das enfermidades mais antigas conhecidas pela humanidade
Os sinais da Hanseníase são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas no corpo, com perda ou alteração de sensibilidade (Arquivo/Agência Brasil)
A hanseníase é uma doença crônica e cercada de estigmas. Apesar disso, a doença tem tratamento gratuito disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), podendo evoluir à cura quando tratada corretamente. Para alertar, incentivar e recomendar a mobilização de ações relacionadas à luta contra a hanseníase, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, vai intensificar atividades na cidade em alusão ao Janeiro Roxo, entre os dias 2 e 31/1/2023.
A enfermeira Poliana Garcia, interlocutora do Programa de Tuberculose e Hanseníase de Piracicaba, explica que a doença é uma das enfermidades mais antigas conhecidas pela humanidade, classificada como doença negligenciada, e permanece como um importante problema de saúde pública no século 21. "De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), com dados de 2019, anualmente são detectados cerca de 200 mil novos casos de hanseníase no mundo, onde a Índia é o país com o maior número de casos (120.334) e o Brasil ocupa o segundo lugar, com 28.660 casos", alerta.
Neste contexto, Piracicaba entra nesta luta com o objetivo de reduzir o número de casos, buscar o diagnóstico precoce, prevenir novas capacidades e combater o estigma. Segundo Poliana, embora o número de casos locais pareça pequeno - 11 em 2018; 11 em 2019; oito em 2020; dez em 2021 e nove em 2022 -, se comparado ao número total de casos registrados no país a cada ano, "verificamos que segue tendência bastante parecida, porém, com um agravante: mais de 95% dos casos foram diagnosticados tardiamente, apresentando formas mais graves da doença e, em 60% deles, com algum grau de incapacidade instalada", enfatizou.
A interlocutora reforça que durante o mês de janeiro, a SMS fará capacitação para profissionais médicos, enfermeiros e fisioterapeutas da rede com enfoque no diagnóstico precoce, assistência integral ao paciente e combate ao estigma. "É importante lembrar que na hanseníase, quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, maior será a possibilidade de cura e regeneração neural, evitando as sequelas da doença", completou Poliana.
"O Janeiro Roxo é um momento para sensibilização da sociedade sobre a hanseníase. Mês pontual para discutir, refletir e reforçar que a doença tem cura e depende do diagnóstico precoce e tratamento adequado. Desta forma, ampliar o acesso à informação e ao diagnóstico é muito importante para evitar novos casos, bem como agravamento da doença nos pacientes da nossa cidade", destacou Filemon Silvano, secretário de Saúde.