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Japão decreta estado de emergência em Tóquio por pandemia

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou nesta quinta-feira (7) um novo estado de emergência em Tóquio e sua periferia por um mês, devido à pandemia, em um momento em que o arquipélago, e em particular sua capital, registra recordes de contágio

AFP
07/01/2021 às 09:20.
Atualizado em 23/03/2022 às 23:31

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou nesta quinta-feira (7) um novo estado de emergência em Tóquio e sua periferia por um mês, devido à pandemia, em um momento em que o arquipélago, e em particular sua capital, registra recordes de contágio.

Faltando pouco mais de seis meses para a abertura programada dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, adiados no ano passado por causa da pandemia, o estado de emergência corre o risco de esfriar ainda mais a população japonesa, em sua maioria a favor de um novo adiamento, ou mesmo cancelamento, dos Jogos Olímpicos.

"Declaramos o estado de emergência", porque "se teme que a rápida disseminação do novo coronavírus por todo país terá um impacto significativo na vida de seus habitantes e na economia", disse Suga durante uma reunião com especialistas.

O estado de emergência, que atinge a capital e três regiões adjacentes, começará na sexta-feira e terá duração de um mês. Outras regiões, Aichi (centro) e Osaka (oeste), devem solicitar sua adesão ao plano.

A região metropolitana de Tóquio, onde vivem quase 37 milhões de pessoas, 30% da população japonesa, concentra a maioria dos novos casos diários registrados em nível nacional.

As medidas afetam, principalmente, bares e restaurantes, que devem parar de servir bebida alcoólica a partir das 19h e fechar as portas às 20h.

O governo também pede aos habitantes que evitem viagens desnecessárias à noite e incentiva as empresas a favorecerem o trabalho remoto, com o objetivo de reduzir os deslocamentos em 70%.

Não está previsto o fechamento das escolas, e eventos públicos serão permitidos, desde que com capacidade máxima para 5.000 espectadores.

Referindo-se à extensão da pandemia em todo mundo como algo "além do imaginável", Suga disse estar "confiante em nossa capacidade de superar essa provação".

No entanto, "somos obrigados a pedir mais uma vez ao povo que respeite as restrições", acrescentou.

A lei japonesa não prevê penalidades para o descumprimento das instruções, mesmo em estado de emergência, mas o governo está preparando uma mudança na lei para permitir que empresas sejam multadas.

O impacto da pandemia no Japão foi relativamente menor do que em outros países. Desde janeiro de 2020, o país acumula cerca de 3.700 mortes oficialmente registradas. A partir de novembro, porém, o país vive uma terceira onda cada vez mais preocupante.

Mais de 7.500 novos casos foram registrados nesta quinta-feira, incluindo 2.447 em Tóquio, dois novos recordes.

Diante da gravidade da situação, vários especialistas consideraram que medidas mais fortes e por mais tempo são necessárias.

Mas Suga, cada vez mais criticado por sua gestão da crise sanitária, "está mais inclinado a (apoiar) a recuperação econômica", sabendo que o Japão se recupera a duras penas de uma recessão brutal, comentou em conversa com a AFP Masamichi Adachi, economista da UBS Securities.

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