INTERNACIONAL

Jornais latinos apostam em assinaturas digitais

Os principais jornais da América Latina, afetados financeiramente pela migração de leitores e anunciantes para a Internet, apostam cada vez mais nas assinaturas pagas para acessar seus conteúdos digitais

AFP
25/01/2021 às 13:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 21:21

Os principais jornais da América Latina, afetados financeiramente pela migração de leitores e anunciantes para a Internet, apostam cada vez mais nas assinaturas pagas para acessar seus conteúdos digitais.

É uma mudança irreversível no modelo de negócios e no papel da imprensa na sociedade.

A crise, causada também por uma busca de cliques e "curtidas" seguindo a lógica das redes sociais, colocou em risco a credibilidade de muitos jornais.

"Os grandes veículos tradicionais teriam estruturas na maioria das vezes ineficientes, sustentadas por um negócio extremamente bem-sucedido e rentável que acabou", explica Diego Salazar, jornalista peruano e autor do livro "No hemos entendido nada" (Não entendemos nada, em tradução livre), sobre o declínio dessas empresas.

O modelo de publicidade impressa, que sustentou grandes folhas de pagamento e jornais baratos, foi varrido pelas plataformas digitais.

Os jornais buscam agora convencer seus leitores a pagar por um jornalismo bem feito.

Uma pesquisa da organização privada Luminate - realizada em meados de 2020 na Argentina, Brasil, Colômbia e México - concluiu que 13% dos leitores de notícias digitais consultados pagam uma assinatura.

Apesar de pequeno, este número mostra uma "predisposição para pagar" maior que a de alguns países europeus, informa o estudo, que no entanto afirma que nove em cada dez não-assinantes dizem não ter motivos para isso.

"Nosso desafio é fazer com que o cidadão comum (...) veja que a informação cuidada, verdadeira, verificável e bem apresentada é valiosa", comenta Mario Dorantes, subdiretor de conteúdos do mexicano El Universal.

Junto a isso, soma-se uma crescente desconfiança na imprensa, segundo instituições especializadas como o Reuters Institute.

Seu relatório de 2020, que estudou 40 países incluindo Chile, Argentina, Brasil e México, mostra que apenas 38% dos entrevistados costuma confiar nas notícias, contra 42% em 2019.

Na Argentina e no Chile a confiança chega a 33%, mas no Brasil alcança 51%.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por