Jovens aprendem sobre os benefícios do adubo

Um ato simples de separar aquelas cascas de frutas e legumes e também as sobras das refeições pode ser muito útil para a natureza e, claro, para você. São os resíduos orgânicos que uma vez colocados no solo ajudam na produção das mini-hortas familiares ou comunitárias. A importância da compostagem foi explicada, no último sábado, para um grupo de alunos e professores da Escola Estadual 'Edson Rontani', no bairro Mário Dedini, em Piracicaba. O encontro teve um bate-papo e depois a aula prática de como formar o adubo. O professor José Antonio Soares Júnior, que leciona Ciências, Biologia e Matemática na escola, foi o mentor do evento e contou com o apoio de estudantes da Esalq-USP que integram o Grupo de Estudos e Pesquisa para Aproveitamento de Resíduos Agroindustriais (Cepara). Soares explicou que o foco dessas aulas práticas é o de sensibilizar o estudante quanto à importância do adubo e da compostagem. Ele explicou que o ideal seria qualquer município implantar políticas públicas para educar a população para reaproveitar os compostos orgânicos. Na cidade de São Paulo, citou ele, há projetos de recolhimento de lixos orgânicos e seu aproveitamento. Ele disse que já fez projetos em outras escolas abordando também trabalhos com minhocários, banheiro seco e caixa de abelhas. O estudante Bruno de Paula é aluno do segundo ano de Engenharia Agronômica na Esalq. Ele faz parte do Cepara e disse que a aula prática também sensibiliza os professores que se tornam agentes multiplicadores da prática de compostagem. Para ele, matéria orgânica não utilizada é “dinheiro jogado fora”. Bruno lembrou que já existe a política nacional de resíduos sólidos (Lei 12.305/2010). Essa lei diz, por exemplo, que aterros são destinados para receber material sólido e não orgânico. “Os rejeitos não são aproveitados, mas resíduos sim”, disse. Resíduos são ricos em nitrogênios (cascas e borras de café) e rejeitos são lixos inaproveitáveis como papel higiênico e bitucas de cigarro. “Os resíduos têm grande serventia”, afirmou. A estudante da 8ª série, Gabrielle de Moraes Silva, 14 anos de idade, contou que ela e sua mãe reaproveitam os resíduos em sua casa. “Espero aprender mais coisas hoje. Em casa temos uma mini-horta”, disse. O professor de matemática Airton Aparecido Nunes elogiou a programação. “É muito interessante para os alunos a parte experimental”, disse.