INTERNACIONAL

Jovens, importantes vetores do coronavírus e população difícil de dissuadir

Egoístas, irresponsáveis e perigosos? Os jovens são apontados por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e por autoridades da área como aceleradores dos focos de coronavírus, mas são uma população difícil de dissuadir em pleno verão no hemisfério norte

AFP
07/08/2020 às 08:14.
Atualizado em 25/03/2022 às 17:14

Egoístas, irresponsáveis e perigosos? Os jovens são apontados por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e por autoridades da área como aceleradores dos focos de coronavírus, mas são uma população difícil de dissuadir em pleno verão no hemisfério norte.

"Perguntem: eu realmente tenho a necessidade de comparecer a esta festa?": depois de se referir diretamente aos jovens no fim de julho, a OMS insistiu neste tema, na quinta-feira, em um discurso de seu diretor de Emergências Sanitárias, Michael Ryan.

A chegada das férias e a suspensão dos confinamentos provocaram a saída às ruas, em larga escala, de pessoas com idades entre 15 e 25 anos, ansiosas por diversão.

As casas noturnas são consideradas pelos profissionais de saúde como ninhos da COVID-19. A Suíça, um dos primeiros países a reabrir as discotecas, sentiu o problema.

Em Genebra, entre 40% e 50% dos casos detectados na última semana de julho "estavam ligados a pessoas que frequentaram discotecas e bares, locais com áreas de dança, ou onde as pessoas ficam muito próximas", afirmou o professor e diretor do Serviço de Prevenção de Infecções do Hospital Universitário de Genebra, Didier Pittet.

Em outros países, as discotecas permanecem fechadas, ou reduzidas a simples bares com as pistas de dança proibidas, como em Ibiza, uma das capitais mundiais das festas.

Isso não impede os jovens e seu desejo de diversão, com muitas festas ao ar livre.

Perto de Manchester, festas de música eletrônica reuniram entre 2.000 e 4.000 pessoas. Em Londres, a polícia atua para desmantelar festas ilegais.

Em Paris, o Bosque de Vincennes virou o epicentro das "free party", festas clandestinas de música eletrônica, sem o uso de máscaras, ou distanciamento social.

Para os organizadores, como Antoine Calvino, "a festa é vital. É uma válvula de escape e uma zona de tolerância sem igual".

A Alemanha também está em alerta. O diretor do Instituto Robert Koch, Lothar Wieler, chama as festas de "temerárias".

"Os jovens jovens, apesar de estatisticamente menos suscetíveis a ficarem gravemente doentes, podem infectar suas famílias", advertiu.

O número de contágios, em geral assintomáticos, aumenta.

No Canadá, as pessoas com menos de 39 anos representam a maior parte dos novos casos. Os jovens "não são invencíveis" ante o vírus, destacou a coordenação de saúde pública.

Em todos os países, as autoridades tentam reduzir o fenômeno.

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