Aulas coletivas para crianças de 5 a 10 anos serão substituídas por uma série de 10 vídeos (Divulgação)
No ano que completa 10 anos de existência, o projeto Jovens Músicos, de Piracicaba, teve que se adaptar para manter seu principal objetivo: agregar valores e virtudes para a vida de crianças e jovens por meio da música. Desde março, as atividades presenciais foram suspensas por conta da pandemia de Covid-19. Apoiada pela empresa OJI Papéis Especiais através da Lei de Incentivo à Cultura e sem previsão de retorno, a iniciativa terá as aulas coletivas para crianças de cinco a 10 anos de idade substituídas por uma série de 10 vídeos de iniciação musical. Contudo, a partir de novembro, o projeto, que possui cerca de 200 participantes entre crianças e jovens, tem o plano de voltar com a apresentação de concertos de música de câmara e orquestra de cordas. Segundo o maestro Anderson Oliveira, o retorno presencial das aulas individuais está na etapa de organização para acontecer de acordo com a nova realidade, atendendo todas as medidas de segurança. Porém, até lá as aulas em grupo serão mantidas de forma online, em adaptações, como vídeos disponibilizados nas mídias digitais e em plataformas, como o YouTube. Os vídeos disponibilizados para toda a comunidade são miniaulas de iniciação musical para crianças, além de relembrar trechos dos grandes concertos do projeto Jovens Músicos de 2019. “Nós não realizamos ensaios online devido à dificuldade de tocar sincronizado por causa da velocidade de internet e por depender de detalhes, como afinação em grupo. Já as aulas são possíveis de forma aceitável porque o trabalho é entre aluno e professor”, afirma o maestro. Os vídeos que estão em fase de confecção serão disponibilizados, via WhatsApp, para chegar também nas escolas em que o projeto já mantém ações. Além dessas práticas, o Jovens Músicos estrutura uma programação online e aberta ao público. Serão concertos didáticos para crianças transmitidos de forma virtual e gratuita. Segundo o maestro, para esse mês, a proposta é retomar algumas práticas pontualmente com pais, alunos e professores, mas, pelo momento atual, ainda buscam uma maneira de não prejudicar pessoas e famílias inteiras por decisões precipitadas. “A realização de atividades em grupos maiores, por enquanto, como orquestra juvenil, grupo de sopros e coral infantil, ainda é muito arriscado”, diz. Toda a preocupação do maestro e dos professores se dá pelo cuidado de manter os bons resultados que o projeto traz para a vida dos participantes que passaram por lá. Mais de 10 mil crianças já foram atendidas em concertos didáticos em escolas públicas, 1.500 delas tiveram aulas gratuitas semanalmente, 10 alunos já se sustentam pela renda gerada pela música e 17 dos jovens que passaram pelo projeto ingressaram na graduação de música, nas melhores universides paulistas.
