O Senado dos Estados Unidos iniciou neste sábado (13) a leitura dos argumentos finais do julgamento de impeachment contra Donald Trump, após os congressistas chegarem a um acordo para evitar a convocação de testemunhas, o que abre caminho para a conclusão do processo, com provável absolvição do ex-presidente
O Senado dos Estados Unidos iniciou neste sábado (13) a leitura dos argumentos finais do julgamento de impeachment contra Donald Trump, após os congressistas chegarem a um acordo para evitar a convocação de testemunhas, o que abre caminho para a conclusão do processo, com provável absolvição do ex-presidente.
O chefe da acusação, o congressista democrata Jamie Raskin, tomou a palavra às 13h00 (15h00 de Brasília) para proferir sua declaração final, que será seguida pelos argumentos da defesa de Trump sobre a acusação de "incitamento à insurreição" pelo ataque ao Capitólio em 6 de janeiro.
Cada um dos partidos tem duas horas para argumentar e depois os senadores podem se retirar para deliberar, antes de dar o veredicto.
O objetivo dos democratas é que Trump seja condenado e depois desqualificado politicamente, mas para isso eles precisam de 17 votos republicanos para alcançar uma maioria de dois terços, algo muito improvável dado que neste sábado vazou que o chefe da bancada republicana votará a favor da absolvição.
A confusão reinou no Senado por duas horas depois que Raskin indicou que desejava acesso ao testemunho da legisladora republicana Jaime Herrera Beutler e às trocas de mensagens com o líder da minoria republicana na Câmara Baixa, Kevin McCarthy.
Raskin também pediu as notas que a congressista tomou sobre uma conversa entre Trump e McCarthy durante o ataque ao Congresso.
Herrera Beutler - uma das poucas republicanas que votou pelo impeachment de Trump na Câmara dos Representantes - disse em um comunicado que McCarthy disse a ela que Trump expressou aprovação para a multidão que invadiu o Capitólio.
A congressista indicou que em 6 de janeiro, quando McCarthy "finalmente" falou com Trump para lhe pedir que falasse publicamente contra os distúrbios, a princípio o presidente repetiu a "mentira" de que foram membros do movimento Antifa que entraram no Capitólio.
"McCarthy rejeitou isso e disse que eram simpatizantes de Trump e então, de acordo com ele, o presidente disse: "Bem, Kevin, acho que essas pessoas estão mais chateadas com a eleição do que você"", disse o legislador.
Cinco republicanos votaram junto com os 50 senadores democratas a favor da permissão de testemunhas no processo, o que gerou caos na Câmara, abrindo uma veia de incerteza sobre os próximos passos a serem dados.
O senador republicano Ted Cruz alertou que isso poderia abrir "uma caixa de Pandora".
Finalmente, um acordo permitiu que a declaração de Herrera Beutler fosse lida no plenário e incluída na ata.
Tanto democratas quanto republicanos querem encerrar o processo. O presidente democrata Joe Biden quer que o Senado esteja disponível para votar as propostas prioritárias de sua agenda, incluindo o plano de alívio econômico.
Neste sábado, vazou uma carta do líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, na qual ele dizia a seus correligionários que votaria a favor da absolvição.
"O julgamento político é um processo para destituir e portanto há uma falta de jurisdição neste sentido", disse o líder republicano na carta citada pela imprensa, na qual ele afirmou ter tomado uma decisão "difícil". "Considerando essas conclusões, vou votar pela absolvição", afirmou.