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Julgamento de Sarkozy na França por financiamento ilegal de campanha é adiado

O julgamento do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, acusado de financiamento ilegal de campanha, foi adiado desta quarta-feira (17) para 20 de maio porque um dos advogados de defesa foi hospitalizado com covid-19

AFP
18/03/2021 às 22:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 07:59

O julgamento do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, acusado de financiamento ilegal de campanha, foi adiado desta quarta-feira (17) para 20 de maio porque um dos advogados de defesa foi hospitalizado com covid-19.

O processo foi adiado pouco depois da sua abertura em Paris, em uma primeira audiência à qual o ex-presidente não compareceu (2007-2012).

Sarkozy, de 66 anos, foi condenado no início de março a três anos de prisão, um deles em regime fechado, por corrupção e tráfico de influência, tornando-se o primeiro presidente francês a ser condenado a uma pena de prisão.

Neste novo caso, o ex-líder da direita francesa é acusado de ter gasto 20 milhões de euros (24 milhões de dólares) acima do limite permitido na corrida presidencial de 2012, que perdeu para o socialista François Hollande.

Os promotores dizem que ele ignorou os avisos dos especialistas em contabilidade de sua campanha, que o alertaram de que ele ultrapassaria o limite de gastos de 22,5 milhões de euros permitido por lei e que o candidato continuou a realizar manifestações pródigas.

Os investigadores estimam que o gasto total no segundo turno foi de quase 43 milhões de euros.

Se for condenado, ele pode ser condenado a uma pena de prisão de um ano e a pagar uma multa de 3.750 euros.

Este processo é um dos vários que perseguiram o ex-presidente de direita desde que ele deixou o poder há quase uma década, mas Sarkozy afirma que é inocente e que é vítima de uma conspiração contra ele por seus inimigos políticos com a cumplicidade do sistema judicial.

O caso também gira em torno de um alegado sistema de faturas falsas usado por sua equipe de campanha, da qual 13 pessoas estão sentadas no banco dos réus.

Os executivos da empresa que organizou os eventos, Bygmalion, e o número dois de sua campanha, Jérôme Lavrilleux, admitiram que existia um sistema de dupla contabilidade.

Em 2014, Lavrilleux confessou em prantos o golpe durante uma entrevista na televisão francesa.

Ao contrário dos demais réus, acusados de fraude, Sarkozy, que sempre garantiu que desconhecia esse sistema de gastos paralelos, foi acusado apenas de um crime menor, o de financiamento ilegal de campanha.

Segundo a promotoria, o ex-presidente "sem dúvida se beneficiou" do sistema de notas fiscais falsas, que lhe permitiu ter acesso a recursos "muito superiores aos permitidos por lei".

No entanto, a investigação não determinou que o ex-chefe de Estado tivesse decidido implantar esse sistema, de que tivesse conhecimento ou que tivesse participado da elaboração das contas.

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