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Julgamento do policial acusado da morte de George Floyd começará na segunda

Nove meses depois da morte de George Floyd lançar uma nova luz sobre a questão racial nos Estados Unidos, o julgamento contra o policial branco acusado de assassiná-lo começa nesta segunda-feira

AFP
07/03/2021 às 12:22.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:32

Nove meses depois da morte de George Floyd lançar uma nova luz sobre a questão racial nos Estados Unidos, o julgamento contra o policial branco acusado de assassiná-lo começa nesta segunda-feira.

A seleção do júri começa segunda-feira em Minneapolis no caso contra Derek Chauvin, um ex-agente do Departamento de Polícia de Minnesota (MPD), que foi filmado pressionando o seu joelho no pescoço de Floyd por quase nove minutos enquanto o afroamericano detido, que estava algemado, lutava para respirar.

As imagens chocantes da morte de Floyd, de 46 anos, em 25 de maio, geraram a onda de protestos "Black Lives Matter" contra a brutalidade policial e a injustiça racial nos Estados Unidos e em capitais ao redor do mundo.

O caso de Chauvin promete ser inédito em muitos aspectos: contará com advogados famosos, será realizado sob forte segurança e será transmitido ao vivo.

O escritório do Procurador-Geral do Estado de Minnesota convocou Neal Katyal, um ex-procurador-geral interino que argumentou perante o Supremo Tribunal, para ajudar com a acusação.

Katyal descreveu o julgamento de Chauvin como um "caso criminal histórico, um dos mais importantes da história" dos Estados Unidos.

Ashley Heiberger, ex-policial que agora trabalha como consultora sobre as práticas policiais, afirmou que "o fato de um policial ter sido acusado criminalmente de uso abusivo da força é, em si mesmo, uma exceção".

"É ainda mais raro que eles sejam condenados", acrescentou.

"Há uma tendência do júri querer dar ao policial o benefício da dúvida", ressalta.

No entanto, as circunstâncias que rodearam o caso Chauvin, de 44 anos, são tão preocupantes que "nenhuma polícia ou organização policial saiu para defender seu ato", explica.

Três outros oficiais envolvidos na prisão de Floyd, Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, enfrentam acusações menores e serão julgados de forma separada.

Todos os quatro envolvidos no caso foram demitidos pelo Departamento de Polícia de Minneapolis.

Chauvin, que atuava há 19 anos na polícia, foi libertado sob fiança no outono e deve se declarar inocente das acusações de homicídio e homicídio culposo.

"Ele agiu de acordo com a política do MPD, seu treinamento e seus deveres como oficial licenciado do estado de Minnesota", afirmou seu advogado, Eric Nelson.

"Ele fez exatamente o que foi treinado para fazer", acrescentou.

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