INTERNACIONAL

Junta militar de Mianmar apresenta novas acusações de corrupção contra Aung San Suu Kyi

A junta militar que governa Mianmar apresentou novas acusações de corrupção contra Aung San Suu Kyi, que poderia ser excluída da vida política se for considerada culpada, e continua com a repressão violenta às manifestações pró-democracia

AFP
19/03/2021 às 04:33.
Atualizado em 22/03/2022 às 07:57

A junta militar que governa Mianmar apresentou novas acusações de corrupção contra Aung San Suu Kyi, que poderia ser excluída da vida política se for considerada culpada, e continua com a repressão violenta às manifestações pró-democracia.

O balanço de vítimas aumenta a cada dia. Ao menos sete pessoas morreram na quarta-feira em ações das forças de segurança, informou a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP).

No total, 217 manifestantes morreram desde 1º de fevereiro, dia do golpe militar que instalou a junta no poder.

Ao mesmo tempo cresce a pressão contra Aung Sans Suu Kyi, chefe de fato do governo civil deposto.

O canal estatal MRTV exibiu na quarta-feira à noite um vídeo de um agente imobiliário que confessa que pagou 500.000 dólares em subornos a Suu Kyi, segundo ele de maneira parcelada entre 2018 e 2020.

"De acordo com o testemunho, as autoridades detectaram que Aung San Suu Kyi é culpada e se preparam para indiciá-la", afirmou a MRTV.

As novas alegações "não têm fundamento e são absurdas", afirmou à AFP o advogado da chefe de fato do governo civil derrubado, que permanece detida pelo exército em um local secreto.

"Minha cliente talvez tenha defeitos, mas corromper as pessoas não está em sua natureza. Os birmaneses não vão acreditará nas novas acusações", disse.

Detida durante o golpe de Estado de 1º de fevereiro, Suu Kyi, 75 anos, já recebeu quatro acusações: importação ilegal de walkie-talkies, não cumprimento das restrições relacionadas à pandemia de coronavírus, violação de uma lei sobre telecomunicações e incitação de desordem pública.

Na semana passada, o exército anunciou a abertura de uma investigação por corrupção ao acusar a ex-governante de ter recebido ilegalmente 600.000 dólares e mais de 11 quilos de ouro.

Se a vencedora do Nobel da Paz em 1991 for considerada culpada das acusações atribuídas, ela pode receber penas longas de prisão e poderia perder o direito de exercer cargos públicos.

Seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), venceu com folga as eleições legislativas de novembro.

Os observadores internacionais não registraram problemas durante a votação, mas os generais golpistas alegaram "grandes fraudes" para justificar o golpe de Estado do mês passado.

Os militares parecem mais decididos que nunca a calar os protestos que exigem democracia, reprimidos com grande violência.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por