O julgamento contra o ex-policial acusado de matar George Floyd, um caso que comoveu os Estados Unidos, começou nesta segunda-feira (29) com a transmissão ao júri do vídeo apavorante que mostra a agonia do afro-americano de 46 anos
O julgamento contra o ex-policial acusado de matar George Floyd, um caso que comoveu os Estados Unidos, começou nesta segunda-feira (29) com a transmissão ao júri do vídeo apavorante que mostra a agonia do afro-americano de 46 anos.
"Nove minutos e 29 segundos. Esse foi o tempo que durou", disse o promotor Jerry Blackwell, sobre o tempo que o policial de Minneapolis (Minnesota, norte) Derek Chauvin manteve o joelho pressionado sobre o pescoço de Floyd.
No vídeo, o júri ouviu Floyd, algemado e com o corpo estendido de bruços na calçada, tentando recuperar o fôlego enquanto os pedestres pediam ao policial para não usar tanta força.
Chauvin, vestido com um terno cinza e gravata azul, estava na mesa da defesa enquanto o vídeo era reproduzido e ocasionalmente fazia anotações em um bloco de notas amarelo.
Com 19 anos de trabalho na polícia, Chauvin é acusado de assassinato e homicídio culposo e enfrenta até 40 anos de prisão se for declarado culpado da acusação mais grave: assassinato em segundo grau.
O vídeo da morte de Floyd, gravado e transmitido ao vivo nas redes sociais por um pedestre, gerou protestos antirracistas e confrontos pelos abusos policiais contra os negros em todo os Estados Unidos e inclusive em outros países.
O presidente Joe Biden "certamente estará observando de perto, assim como os americanos de todo o país", afirmou seu porta-voz Jen Psaki, mencionando a "ferida" que este caso deixou no país.
Blackwell disse em sua declaração de abertura que o ex-policial de 45 anos não seguiu os procedimentos policiais e agiu de forma insensível ao continuar pressionando o corpo imóvel de Floyd contra o chão.
"Em 25 de maio de 2020, o senhor Derek Chauvin traiu seu distintivo policial quando usou uma força excessiva e irracional sobre o corpo do senhor George Floyd", disse Blackwell.
"Ele colocou seus joelhos sobre o pescoço e as costas, machucando-o e esmagando-o, até que sua respiração - não, senhoras e senhores, até que a própria vida - lhe fosse arrancada", continuou.
O julgamento de Chauvin se tornou o centro das atenções para o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) e uma prova sobre o exercício da justiça no âmbito policial.
"O mundo inteiro está observando", disse Ben Crump, advogado da família Floyd e dos direitos civis, antes das declarações iniciais.
"Hoje começa um julgamento histórico que será um referendo sobre o quão longe os Estados Unidos chegaram em sua busca pela igualdade e justiça para todos", afirmou Crump.
O advogado e os membros da família Floyd se ajoelharam durante o tempo em que Chauvin pressionou o joelho sobre o pescoço de Floyd no vídeo.