A justiça italiana decidiu neste sábado ouvir o primeiro-ministro Giuseppe Conte antes de um pronunciamento sobre a abertura de um julgamento contra o ex-ministro do Interior e líder da extrema-direita Matteo Salvini, acusado de ter impedido o desembarque de migrantes resgatados no mar,Salvini compareceu neste sábado ao tribunal de Catania, na Sicília, para a audiência preliminar do processo em que foi acusado de "abuso de poder e sequestro de pessoas" por ter ordenado em julho de 2019, quando estava no governo, o bloqueio de 116 migrantes a bordo do navio da Guarda Costeira italiana "Gregoretti"
A justiça italiana decidiu neste sábado ouvir o primeiro-ministro Giuseppe Conte antes de um pronunciamento sobre a abertura de um julgamento contra o ex-ministro do Interior e líder da extrema-direita Matteo Salvini, acusado de ter impedido o desembarque de migrantes resgatados no mar,
Salvini compareceu neste sábado ao tribunal de Catania, na Sicília, para a audiência preliminar do processo em que foi acusado de "abuso de poder e sequestro de pessoas" por ter ordenado em julho de 2019, quando estava no governo, o bloqueio de 116 migrantes a bordo do navio da Guarda Costeira italiana "Gregoretti".
Mas o juiz da audiência preliminar adiou qualquer decisão para 20 de novembro.
O magistrado Nunzio Sarpietro deseja ouvir o primeiro-ministro Conte, assim como a atual ministra do Interior, Luciana Lamorgese, e o chanceler Luigi Di Maio.
"Estou absolutamente satisfeito que um juiz considere que o que eu fiz não fiz sozinho", disse Salvini, que deseja envolver na questão o primeiro-ministro Giuseppe Conte, com quem rompeu no ano passado depois de provocar uma crise de governo.
A defesa de Salvini pediu a retirada das acusações por considerar que ele não cometeu nenhum crime.
Em fevereiro, o Senado aprovou a retirada da imunidade de Salvini para permitir o julgamento, uma decisão que o próprio ex-ministro concordou, por estar convencido de que poderia transformar o julgamento em uma manifestação política a seu favor.
Salvini chegou a Sicília na quinta-feira para três dias de encontros e manifestações organizadas sob o lema "Os italianos escolhem a liberdade".
A polícia mobilizou 500 agentes para impedir confrontos entre os simpatizantes de Salvini e militantes de esquerda.
Paralelamente, os juízes aprovaram que uma família nigeriana entre como parte civil no eventual julgamento após a denúncia de maus-tratos durante a permanência na embarcação.
Os migrantes permaneceram no barco de patrulha sob o forte sol do verão e apesar de um surto de sarna, além de um caso suspeito de tuberculose.
Para alguns analistas, a disputa legal pode terminar favorecendo Salvini, em um momento delicado para ele em termos de popularidade, mas em que seu partido, a Liga, continua sendo o primeiro nas pesquisas.
Porém, se o líder da oposição for condenado a mais de dois anos de prisão, ele não poderia ocupar um cargo público durante seis anos, o que o deixaria fora das eleições previstas para 2023.
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