Em Charqueada

Koppert Biological Systems prevê investimentos de R$ 700 milhões na nova unidade

Líder mundial em controle biológico de pragas na lavoura reforça, portanto, a convicção de que o setor industrial global está apostando pesado no potencial da RMP

Romualdo Cruz Filho
02/10/2022 às 06:20.
Atualizado em 02/10/2022 às 06:22

Nova fábrica vai produzir defensivos biológicos à base de vírus, fungos e bactérias, em substratos líquidos e sólidos, a depender da aplicação no campo (tipo de praga ou doença a ser manejada) (Divulgação)

O prefeito Luciano Almeida tem enfatizado a importância dos investimentos industriais que estão ocorrendo em Piracicaba, envolvendo empresas de grande porte e com tecnologia de ponta, capazes de gerar empregos com alto valor agregado. É unânime também entre os gestores públicos das cidades vizinhas o olhar para os benefícios sociais desse desenvolvimento sustentável para toda Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), que agora recebe a notícia de mais uma unidade produtiva da Koppert Biological System, recém-instalada em Charqueada.

A fábrica de produtos microbiológicos já estava instalada em Piracicaba, assim como a de macrobiológicos em Charqueada, que agora ganha uma unidade de formulação da microbiológicos.

A líder mundial em controle biológico de pragas na lavoura reforça, portanto, a convicção de que o setor industrial global está apostando pesado no potencial da RMP, pela sua posição geográfica estratégica no país, boa infraestrutura instalada para absorver tais projetos e capital humano de formação adequada para dar conta da demanda por mão de obra especializada em setores da tecnologia e inovação, como é o caso da Koppert. 

A Koppert pretende investir nos próximos três anos R$ 700 milhões para ampliação gradativa de sua capacidade de produção total no Brasil. A nova unidade está instalada em uma área de 8 mil metros quadrados, com amplo espaço para ampliação. Vai produzir defensivos biológicos à base de vírus, fungos e bactérias, em substratos líquidos e sólidos, a depender da aplicação no campo (tipo de praga ou doença a ser manejada). O controle biológico já é realidade em 20% da área agrícola brasileira e tem trazido benefícios ambientais e econômicos para o agronegócio. 

O agronegócio, considerado a locomotiva do país, tem buscado soluções de controle biológicos no lugar do químico, com resultados excelentes na produtividade, na rentabilidade e na redução acentuada da pegada de carbono, um dos indicadores fundamentais para as matrizes produtivas avançadas e focadas na sustentabilidade.

No caso da Koppert, além de ser uma empresa de produtos sustentáveis e regenerativos, sua atuação se dá em harmonia com a natureza. 

“A aplicação dos biodefensivos também auxilia na obtenção de créditos de carbono, fazendo com que a pegada de carbono do produtor fique negativa. No setor de etanol, onde já existe o RenovaBio, pode intensificar o acesso aos Cbios”, explica Gustavo Herrmann, diretor comercial da empresa instalada na RPM. 

O diretor industrial da Koppert Brasil, Danilo Pedrazzoli, disse que a empresa projeta investimentos em mais três unidades produtivas no Brasil e que até o momento foram desembolsados R$ 70 milhões em Charqueada. “Mas a unidade tem condições de produzir 15 vezes mais”. E é nesse potencial de expansão visualizado no curto e médio prazo que a multinacional está de olho. Herrmann destaca que os produtores estão atentos ao benefício dos biodefensivos.

“Produtores de alta tecnologia, na busca de maiores produtividades, enxergaram nas soluções biológicas a sustentabilidade econômica e financeira para leva-los a um novo patamar de desempenho”. Tanto é que a expectativa da Koppert é alcançar a marca de R$ 800 milhões em faturamento ainda este ano, o que corresponde ao dobro do resultado obtido no ano passado. 

Herrmann observa ainda que os bioinsumos, por serem predominantemente produzidos no Brasil (90% da produção), apresentam menor flutuação de preços que os químicos e são comercializados em reais. “Ao utilizar os insumos biológicos, o produtor brasileiro consegue ter uma melhor previsibilidade de seus gastos, mantendo assim suas margens mesmo com o aumento geral de custos no setor”. 

Dados da CropLife Brasil indicam que o mercado brasileiro de defensivos agrícolas biológicos cresce cerca de 30% ao ano, sendo que em 2021 faturou aproximadamente R$ 1,8 bilhão. Até 2030 a expectativa é bater na marca de R$ 3,7 bi, dobrando assim seus resultados. 

O otimismo está no fato de a empresa agregar em sua cadeia produtiva departamento de pesquisa próprio para desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologia de controle biológico, voltado para a agricultura tropical. Trabalha em parceria também com outros importantes centros de pesquisas, como SPARCBio - São Paulo Advanced Research Center for Biological Control - centro de pesquisas fomentado pela empresa em parceria com a Esalq/USP e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O Centro tem como foco o desenvolvimento de um novo modelo de manejo de controle de pragas e doenças para a agricultura brasileira, mais sustentável e inovador. Mantém parceria também com a Gazebo, o primeiro hub do agronegócio especializado em tecnologia para controle biológico do país. A Koppert está no Brasil desde 2011.

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