O alemão Kevin Krawietz, atual bicampeão de duplas de Roland Garros, trabalha atualmente como funcionário de um supermercado em Munique, sua cidade natal, no momento em que seu esporte está suspenso há vários meses devido à pandemia
O alemão Kevin Krawietz, atual bicampeão de duplas de Roland Garros, trabalha atualmente como funcionário de um supermercado em Munique, sua cidade natal, no momento em que seu esporte está suspenso há vários meses devido à pandemia.
"Estou trabalhando em um supermercado há algumas semanas", disse o vencedor da Roland Garros junto com Andreas Mies, há quase um ano, em entrevista à revista Der Spiegel.
"Eu ordeno as prateleiras, me certifico de que as salsichas e o queijo estão bem estocados e jogo fora as caixas vazias", explicou.
"Na semana passada, eu estava na segurança na entrada e limpei os carros com desinfetante", disse este jogador que, graças a autorizações especiais, pode treinar três ou quatro vezes por semana.
O atual campeão do tradicional torneio francês "agradece ao coronavírus" por oferecer a ele a oportunidade de exercer um "trabalho normal".
"Às vezes, meus colegas estão no comércio às 17h30 para encher as prateleiras", disse o atual 13º jogador do mundo de duplas.
Essa imersão no mundo do trabalho permitiu que ele abrisse os olhos para a sorte que tem por ser um atleta profissional, e de ter alcançado a elite no esporte que é sua paixão.
Mas o jogador de 28 anos lembrou que antes de seu fantástico 2019, ano em que também chegou às semifinais de duplas no US Open, houve "alguns anos" em que terminou "no vermelho".
"Certa vez, ganhei um torneio na Itália, pouco mais de mil euros em uma semana. Mas é preciso descontar os impostos, as despesas de viagem e o treinador, e acaba não sobrando grande coisa", explicou.
Krawietz é favorável à ideia de um fundo de apoio, lançado recentemente pelo número 1 do mundo Novak Djokovic, com o objetivo de ajudar financeiramente os jogadores mais modestos.
"Certamente ajudará um certo número de jogadores a poderem sobreviver. Mas, independentemente do coronavírus, seria bom se pudéssemos permitir que jogadores classificados além do 100º lugar no ranking mundial vivessem melhor", acrescentou.
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