Lançado o Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) lançou esta semana (11) o primeiro boletim desenvolvido pelo Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP). Eliana Tadeu Terci, professora do Departamento de Economia, da Esalq-USP, que integra a equipe, explicou que o informativo trata da balança comercial da RMP no mês anterior, com análises comparativas sobre exportação e importação, os segmentos que se destacaram e os motivos. 

O objetivo do Observatório é produzir boletins periódicos tratando de questões socieconômicas referentes aos municípios que compõem a RMP. Segundo a professora Cristiane Feltre, do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas, trata-se de um trabalho conjunto entre pesquisadores e alunos da instituição, além de pesquisadores externos, que organizam as informações a partir de critérios técnicos e sintetizam algumas análises sobre os dados obtidos para contribuir com subsídios à imprensa, gestores públicos, pesquisadores e comunidade em geral sobre assuntos de interesse comum. 

"A nossa colaboração vai depender da abertura que os municípios têm para receber as produções acadêmicas e nossa contribuição para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDUI)", explicou Cristiane. Segundo ela, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) tem um trabalho qualificado desenvolvido com esta finalidade de apoiar as Regiões Metropolitanas.

"Pretendemos dar continuidade aos estudos da FIPE e proporcionar assim trocas de experiências entre os municípios da RMP, com monitoramentos e sugestões de melhorias".

Cristiane explicou ainda que serão produzidos, portanto, vários boletins, de diversas áreas de interesse comum, necessários para o planejamento, como uso do solo, saneamento, recursos hídricos, Transportes etc. Para isso, os alunos envolvidos estão sendo treinados.
Integram a equipe de professores pesquisadores do Observatório, Eliana Tadeu Terci, Cristiane Feltre,

Carlos E. F. Vian, Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz e Sérgio Siani. São colaboradores os alunos Amanda Campos, Ana Maria Teo Bonometti, Francisco Delatorre e Natália de Moura Marera. 
Análise

A RPM teve saldo positivo em junho de aproximadamente US$ 271 milhões, o que correspondeu a US$ 200 milhões a mais em relação ao mesmo período de 2021, quando o saldo foi US$ 69,6 milhões. Mas Piracicaba foi o município com pior desempenho em junho em relação aos demais municípios, acumulando um saldo negativo de US$ 22,3 milhões. 

Contribuíram para este resultado as importações de partes e acessórios dos veículos automotores, máquinas e aparelhos, motores de pistão, veios e partes de motores, fios, cabos, motores e máquinas motrizes, que representaram 52% das importações do município - em sua maioria, componentes de alto valor agregado. 

Segundo a análise, isso demonstra que as empresas de bens de capital instaladas no município têm uma pauta de importações de muitos insumos, revelando a estratégia de integração às cadeias globais de suprimentos. "Assim, o risco dessas empresas aumenta em uma conjuntura de desequilíbrio dos mercados internacionais", avaliam seus elaboradores.

Em relação ao destino das exportações, o comprador preferencial da RMP é os EUA (28,6%), seguido da China (8,8%), Bélgica (6,5%) e Argentina (5,7%). Os EUA também é o país líder em termos da origem das importações da RMP, representando 25,4%, seguido da Coreia do Sul (21,6%), o que se explica pela presença de indústria automobilística coreana e de bens de capital americana na região e suas demandas por componentes não produzidos no mercado nacional.

A página do observatório pode ser acessada pelo link: https://sites.usp.br/oes-rpm/boletins/balanca-comercial.