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Lêmures, hamster europeu e baleia negra caminham para risco de extinção

Os lêmures de Madagascar, o hamster europeu e a baleia negra do Atlântico deram um novo passo em direção à extinção, devido às atividades humanas - aponta a nova lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN)

AFP
09/07/2020 às 10:04.
Atualizado em 26/03/2022 às 00:07

Os lêmures de Madagascar, o hamster europeu e a baleia negra do Atlântico deram um novo passo em direção à extinção, devido às atividades humanas - aponta a nova lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).

Segundo especialistas em biodiversidade da ONU, da Plataforma Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, na sigla em inglês), cerca de um milhão de espécies animais e vegetais de um total de oito milhões estimados na Terra estão em perigo de extinção - e "muitas nas próximas décadas".

Esses números são extrapolações baseadas em avaliações de apenas parte das espécies, porém, em particular as que compõem a lista vermelha da UICN, uma referência na área e que é alimentada todos os anos com o estudo de novas espécies.

Das 120.372 espécies examinadas, 32.441 estão ameaçadas de extinção (13.898 vulneráveis, 11.732 em perigo e 6.811 em perigo crítico), ou seja, 25%.

"O mundo deve agir rapidamente para pôr fim ao declínio da população e impedir as extinções causadas pelo homem", defendeu Jane Smart, que dirige o grupo sobre conservação da biodiversidade da UICN.

A lista vermelha de 2020 completa, em especial, a avaliação dos primatas africanos e chama a atenção para os lêmures, endêmicos de Madagascar.

Assim, 103 das 107 espécies de lêmures estão ameaçadas, "principalmente, devido ao desmatamento e à caça", e 33 delas estão em perigo crítico, a última categoria antes da extinção.

Sem os significativos esforços humanos e financeiros empregados para sua conservação (como áreas protegidas, reflorestamento, ecoturismo, entre outras ações), alguns deles, como o lepilemur do norte, "poderiam ter sido extintos", de acordo com Russ Mittermeier, especialista em primatas da UICN.

Essas campanhas não impediram, contudo, que 13 espécies de lêmures passassem para a categoria "perigo crítico", como a sifaka de Verreaux e o lêmure-rato-cinza, o menor primata do mundo. Ambos são vítimas da destruição de seu hábitat, devido à queima agrícola e à exploração florestal.

No restante da África, mais da metade das espécies de primatas (54 em 103) estão igualmente ameaçadas, como o rei colobus, em perigo crítico.

"Isso mostra que o "homo sapiens" deve mudar radicalmente sua relação com outros primatas e com a natureza em seu conjunto", destacou Grethel Aguilar, diretora-geral interina da UICN, cujo congresso seria realizado em Marselha, no sudeste da França, em junho.

O evento foi adiado para janeiro de 2021 por causa da COVID-19.

A UICN se preocupa ainda com o hamster europeu, agora também em perigo crítico.

"Se nada mudar, a espécie pode ser extinta em 30 anos", alerta a organização.

Outrora abundante na Europa, este roedor desapareceu de 75% de seu hábitat original na Alsácia (leste da França) e no Leste Europeu.

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