INTERNACIONAL

Libertada ativista iraniana dos direitos humanos Narges Mohammadi

A jornalista e ativista de direitos humanos iraniana Narges Mohammadi foi libertada da prisão depois que sua pena foi reduzida - informou a agência oficial da autoridade judicial do Irã nesta quinta-feira (8)

AFP
08/10/2020 às 12:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 13:28

A jornalista e ativista de direitos humanos iraniana Narges Mohammadi foi libertada da prisão depois que sua pena foi reduzida - informou a agência oficial da autoridade judicial do Irã nesta quinta-feira (8).

Mohammadi, de 48 anos, era a porta-voz do Centro dos Defensores dos Direitos Humanos do Irã (fundado pela advogada Shirin Ebadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz em 2003), quando foi detida e presa em maio de 2015.

Conhecida por sua luta pela abolição da pena de morte no Irã, ela havia sido condenada a dez anos de prisão em 2016 por ter "criado e liderado um grupo ilegal", entre outras acusações.

Sua "pena foi reduzida [...], e ela foi libertada", declarou o chefe da autoridade judiciária da província de Zankhan (noroeste), Esmail Sadeghi-Niaraki, citado pelo site da agência Mizan Online.

De acordo com a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), a jornalista foi transferida "à força" para Zankhan em dezembro de 2019, da prisão de Evin, em Teerã, onde estava detida desde maio de 2015.

No Twitter, o marido de Mohammadi confirmou sua libertação.

"Narges foi libertada da prisão de Zankhan às 3h da manhã (8h30 em Brasília). Desejo liberdade para todos os prisioneiros", tuitou Taghi Rahmani.

Em junho, o advogado da ativista, Mahmud Behzadi-Rad, havia pedido que ela fosse solta da prisão para receber atendimento médico, ao apresentar - segundo ele - um quadro de doença pulmonar.

Desde março, mais de 100.000 detentos iranianos foram beneficiados com permissões de saída, ou com redução de pena, na tentativa de se limitar a propagação da pandemia da covid-19 nas prisões.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, considerou na terça-feira que é "particularmente importante" que o Irã, o país do Oriente Médio mais afetado pela covid-19, liberte seus presos políticos, em um contexto de forte circulação do coronavírus nas instituições carcerárias.

No Irã, a pandemia infectou 483.844 pessoas, das quais 27.658 morreram, segundo dados oficiais. O Irã está classificado em 173º (entre 180) no último ranking de liberdade de imprensa da RSF.

amh/vl/feb/jvb/mb/tt

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por