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Líder da extrema direita francesa em julgamento por tuitar fotos violentas do EI

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, será julgada nesta quarta-feira (10) por ter publicado no Twitter fotos de execuções realizadas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), um caso que ela denuncia como uma violação à liberdade de expressão

AFP
10/02/2021 às 11:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:34

A líder da extrema direita francesa, Marine Le Pen, será julgada nesta quarta-feira (10) por ter publicado no Twitter fotos de execuções realizadas pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), um caso que ela denuncia como uma violação à liberdade de expressão.

Candidata que chegou ao segundo turno nas eleições presidenciais de 2017, Marine Le Pen é acusada pela divulgação de mensagens violentas que podem prejudicar a dignidade humana e serem vistas por menores, o que pode levar a uma pena de até três anos de prisão e uma multa de 75.000 euros (90.000 dólares).

Le Pen divulgou as imagens em dezembro de 2015, algumas semanas depois de os jihadistas, que se reivindicavam desse mesmo grupo, matarem 130 pessoas nos atentados de Paris.

Ela fez a publicação em resposta a um jornalista que havia comparado seu partido (Frente Nacional, agora nomeado Agrupamento Nacional) com o grupo extremista.

"Isso é o EI!", escreveu Le Pen em um tuíte acompanhado de imagens de algumas das atrocidades cometidas pelos jihadistas, como a de um soldado sírio esmagado vivo por um tanque ou a de um piloto jordano queimado vivo dentro de uma gaiola.

Ela também publicou a foto do corpo decapitado do jornalista americano James Foley, com a cabeça colocada sobre as costas, antes de retirá-la a pedido da família do repórter. A publicação dessas imagens provocou uma condenação generalizada no país.

Junto a ela, na cadeira dos acusados se sentará o eurodeputado Gilbert Collard, membro do mesmo partido e que publicou mensagens semelhantes.

O julgamento deveria ter acontecido inicialmente em 2019, mas foi adiado duas vezes devido à pandemia de covid-19.

Este julgamento se une a outros problemas jurídicos de Le Pen, que já enfrenta denúncias de que ela e outros funcionários do partido gastaram indevidamente milhões de euros em fundos públicos para pagar seus assistentes enquanto serviam no Parlamento Europeu.

Os investigadores calculam que quase sete milhões de euros foram desviados do Parlamento Europeu entre 2009 e 2017. Ainda não foi estabelecida a data do eventual julgamento.

Devido a este caso, a Assembleia Nacional aceitou a solicitação da Justiça francesa de retirar a imunidade parlamentar da qual Le Pen desfrutava enquanto deputada, o que possibilitou o julgamento.

Um tribunal ordenou também, no contexto da investigação, que ela fosse submetida a um exame psiquiátrico, o que ela recusou.

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