INTERNACIONAL

Líder de motim no Mali anuncia prisão de presidente e primeiro-ministro

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram "presos" nesta terça-feira (18) na capital, Bamako, por soldados amotinados, disse à AFP um dos líderes do levante, um anúncio que gerou reações da comunidade internacional

AFP
18/08/2020 às 17:14.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:31

O presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, e seu primeiro-ministro, Boubou Cissé, foram "presos" nesta terça-feira (18) na capital, Bamako, por soldados amotinados, disse à AFP um dos líderes do levante, um anúncio que gerou reações da comunidade internacional.

"Podemos dizer que o presidente e o primeiro-ministro estão sob nosso controle. Nós os detivemos em seu domicílio [do chefe de Estado]", declarou o líder militar, que não quis se identificar.

"IBK [presidente Keita] e seu primeiro-ministro estão em um veículo blindado com destino a Kati", um acampamento militar nos arredores de Bamako onde o motim começou horas antes, afirmou outra fonte militar rebelde.

Por meio de um porta-voz, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou as ações e pediu a "libertação imediata e sem condições" do presidente do Mali.

A pedido da França e do Níger, que preside atualmente a Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), o Conselho de Segurança da ONU anunciou que celebrará a portas fechadas uma reunião de emergência na quarta-feira sobre a crise no pais africano.

Mais cedo, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também condenou as detenções.

"Condeno energicamente a detenção do presidente Ibrahim Boubacar Keita, (do) primeiro-ministro (Boubou Cissé) e (de) outros membros do governo do Mali e peço sua libertação imediata", escreveu Faki em sua conta no Twitter.

Pela manhã, militares do Mali haviam tomado o controle de uma guarnição perto de Bamako, causando preocupação nos Estados Unidos e nos vizinhos do Mali sobre uma possível deposição do presidente, que enfrenta há dois meses protestos sem precedentes desde o golpe de 2012.

O governo do Mali pediu aos militares para "silenciar as armas", dizendo que está pronto para um "diálogo fraterno para dissipar todos os mal-entendidos", segundo um comunicado de imprensa do primeiro-ministro Boubou Cissé.

"Os movimentos observados refletem uma certa frustração que pode ter causas legítimas", declarou o chefe do Governo neste comunicado, a primeira reação das autoridades do Mali à agitação que abalou a capital.

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