INTERNACIONAL

Líder opositor da Venezuela acusa governo de mentir sobre escassez de vacinas

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, acusou nesta sexta-feira (9) o governo de mentir sobre a falta de vacinas no país, que disse não ter "nada a ver com qualquer sanção"

AFP
09/04/2021 às 19:55.
Atualizado em 22/03/2022 às 00:42

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, acusou nesta sexta-feira (9) o governo de mentir sobre a falta de vacinas no país, que disse não ter "nada a ver com qualquer sanção".

"A responsabilidade é absolutamente de Nicolás Maduro de que não há vacinas", afirmou Guaidó, após acusar o governo de "terceirizar a culpa".

"Disseram que compraram 10 milhões de vacinas (russas, Sputnik V), onde estão as 10 milhões de vacinas?", questionou o opositor, reconhecido como presidente da Venezuela por cinquenta países, incluindo os Estados Unidos.

"Dizem que os recursos estão bloqueados, ou compraram as 10 milhões de vacinas ou os recursos estão bloqueados".

O ministro das Relações Exteriores, Jorge Arreaza, informou na quarta-feira, em entrevista à AFP, que sem as sanções as autoridades teriam "comprado há três meses as 30 milhões de vacinas de que o país necessita". Ele especificou que as vacinas russas são pagas em prestações.

Guaidó, porém, garantiu que a escassez da vacina "não tem nada a ver com sanções".

O líder da oposição iniciou esforços em março para liberar 30 milhões de dólares de fundos venezuelanos bloqueados no exterior, como parte dessas sanções, para entrar no mecanismo Covax, promovido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de forma a garantir uma distribuição igualitária de vacinas.

"Temos cumprido com nossa parte no que diz respeito à atribuição, disponibilização de recursos e licenciamento", afirmou.

O país iniciou sua campanha de vacinação em março com parceria com a russa Sputnik V e o laboratório chinês Sinopharm. Até o momento, o país recebeu menos de um milhão de doses.

A Venezuela, com 30 milhões de habitantes, enfrenta uma segunda onda de covid-19 que as autoridades chamam de "mais virulenta" e vinculam à variante brasileira.

São pouco mais de 170.000 casos, incluindo 20.000 em março, e cerca de 1.700 mortes, segundo dados oficiais, que são questionados pela oposição e ONGs que afirmam que os números são subvalorizados.

"Os números da ditadura estão completamente errados", afirmou Guaidó em entrevista coletiva, sua primeira aparição após contrair o vírus em meio ao "pico mais doloroso da epidemia".

E "não é apenas a covid-19, ser paciente oncológico, ter problemas renais, uma doença crônica infelizmente é uma sentença de morte", ressaltou.

pgf/jt/gma/bn

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