INTERNACIONAL

Líder opositor na Tanzânia acusa a polícia de matar dez pessoas na véspera das eleições

O líder da oposição no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, acusou nesta terça-feira (27) a polícia de ter matado dez pessoas a tiros, em distúrbios às vésperas das eleições gerais da Tanzânia

AFP
27/10/2020 às 15:49.
Atualizado em 24/03/2022 às 08:37

O líder da oposição no arquipélago de Zanzibar, na Tanzânia, acusou nesta terça-feira (27) a polícia de ter matado dez pessoas a tiros, em distúrbios às vésperas das eleições gerais da Tanzânia.

As forças de segurança e os membros da comissão eleitoral começaram a votar antecipadamente nesta terça, um dia antes das eleições para eleger presidente e deputados.

Além disso, os eleitores de Zanzibar, que têm seu próprio governo e Parlamento, elegem também o presidente e deputados do arquipélago semiautônomo.

A oposição de Zanzibar denuncia que esse voto antecipado é uma estratégia para realizar uma fraude eleitoral.

Os confrontos na ilha de Pemba, reduto da oposição, começaram na noite de ontem quando o Exército distribuiu cédulas de voto, que incluem o conjunto dos candidatos. Segundo os opositores, elas já estavam marcadas.

O líder opositor, Seif Sharif Hamad, que se apresenta pela sexta vez como candidato presidencial em Zanzíbar, afirmou que nove pessoas morreram por disparos da polícia em Pemba, e outra na ilha de Unguja nesta terça-feira, enquanto 50 pessoas ficaram feridas.

A AFP constatou que a polícia usou gás lacrimogêneo e balas durante as manifestações.

"Sabemos que a polícia lançou gás lacrimogêneo, mas também disparou munição real", explicou Sharif Hamad, do partido ACT-Wazalendo (Aliança pela Mudança e Transparência - Patriotas).

O candidato foi detido por algumas horas em frente a um centro de votação em Garagara, onde havia anunciado seu desejo de votar nesta mesma terça-feira, apesar de os votos estarem reservados às forças de segurança.

Em Dar es Salaam, o chefe da Polícia da Tanzânia, Simon Sirro, anunciou que 42 pessoas foram detidas em Pemba, mas que não há registro de "nenhum morto".

O familiar de uma mulher morta afirmou, sem querer revelar sua identidade, que "homens armados apontaram e dispararam" em sua direção, quando estavam sentados à noite na porta de uma loja.

Segundo essa testemunha, três pessoas, entre elas sua parente, morreram, e 18 ficaram feridas.

Questionado pela AFP, o chefe da Polícia de Zanzíbar, Hassan Haji, recusou-se a comentar essas informações.

Em sua conta no Twitter, o embaixador americano, Donald Wright, disse que está "alarmado com as informações procedentes de Zanzibar e outras partes sobre violência, mortes e prisões".

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