VARIEDADES

Lollapalooza no Brasil é adiado para dezembro

Ficou para dezembro a realização do maior festival de música em São Paulo. O Lollapalooza Brasil, depois de um dia de mistérios com relação à edição que seria em abril, informou na tarde de sexta-feira, 13, que o evento foi remarcado para os dias 4, 5 e 6 de dezembro, no mesmo Autódromo de Interlagos

Estadão Conteúdo
14/03/2020 às 08:17.
Atualizado em 05/04/2022 às 01:33

Ficou para dezembro a realização do maior festival de música em São Paulo. O Lollapalooza Brasil, depois de um dia de mistérios com relação à edição que seria em abril, informou na tarde de sexta-feira, 13, que o evento foi remarcado para os dias 4, 5 e 6 de dezembro, no mesmo Autódromo de Interlagos. O adiamento ocorre por causa do coronavírus, um dia depois das edição do festival no Chile e na Argentina serem suspensas. Não há certezas com relação aos artistas que tocarão nos três dias, cada um está sendo contactado pela produção do festival, com exceção dos três principais, chamados de headliners: Guns N' Roses, o rapper Travis Scott e a banda The Strokes.

Na tarde de ontem, agendas de shows de artistas começaram a despencar. Teatros anunciaram fechamentos e casas de shows passaram a rever suas programações. O cantor Gilberto Gil viajou até a Dinamarca para saber que não iria mais se apresentar. Sua produção divulgou uma nota informando que as apresentações no DR Koncerthuset, previstas para dias 14 e 15, não iriam mais ocorrer por causa dos riscos de contágio do novo coronavírus.

O desgaste maior para Gil e sua equipe foi o fato de saber do cancelamento dos espetáculos quando todos já estavam na cidade de Copenhagen. Os shows estavam com lotação esgotada e seriam aproveitados para que as imagens de um documentário sobre sua turnê do álbum Ok, Ok, Ok fossem gravadas.

"Quando saímos do Brasil, na quarta, não havia nenhuma recomendação de que não viéssemos. Mas o coronavírus se alastra velozmente a cada hora, a cada dia, e assim, ao chegarmos aqui, tomamos conhecimento de que o magnífico DR Koncerthuset havia sido lacrado pelas autoridades dinamarquesas por prevenção", diz a nota.

O comunicado fala ainda que a primeira ideia dos produtores era diminuir o público e fazer os shows, depois pensou-se em fazer os shows sem público. Mas a produção já está devolvendo os 3.600 ingressos que foram vendidos para as duas datas. "Depois de nos reunirmos hoje pela manhã (sexta) com o diretor de produção Lars Skovgaard, sacramentamos o cancelamento dos shows." A nota termina dizendo que "eles (os produtores dinamarqueses) querem, de qualquer jeito, que Gil volte no futuro próximo para gravar aqui. Porém, já estamos vendo disponibilidade de datas em bons teatros no Brasil, provavelmente em Salvador ou Rio de Janeiro." Gil e equipe retornam ao Brasil já neste final de semana.

O DJ Alok informou, por meio de nota, que vai cancelar suas turnês que seriam realizadas na próxima semana nos EUA, e em abril, na China, com duração de 15 dias cada, para evitar a disseminação do coronavírus. Alok afirmou que vai seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). "O artista ressalta sua prioridade e preocupação com a saúde do seu público", disse sua assessoria.

Os próximos shows do cantor Bob Dylan no Japão também foram cancelados por causa do surto do novo coronavírus, informou a organização da turnê na sexta-feira, 13. O compositor norte-americano de 78 anos faria 15 apresentações em Tóquio e Osaka no mês de abril. "Sentimos muito por cancelar os shows, mas, por questões de segurança e saúde pública, não temos outra alternativa", acrescentou a Udo Artists em seu site.

Postura oficial

O governo estadual sugeriu na noite de ontem uma restrição de público de no máximo 500 pessoas para todos os espaços, incluindo museus. Já o Ministério da Saúde aconselhou o cancelamento de eventos esportivos, sociais, culturais e todos os que geram reuniões grandes. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o governo federal tem um plano para ser acionado assim que a fase 2 do novo coronavírus chegar, ou seja, quando os contágios estiverem em níveis mais altos. Casas de shows, teatros e salas de cinema estarão no pacote dos órgãos que deverão se manter fechados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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