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Luto em Beirute após explosões que deixaram mais de 100 mortos

Beirute viveu nesta quarta-feira (5) "uma situação apocalíptica", um dia depois de duas enormes explosões provocadas por toneladas de nitrato de amônio armazenadas no porto da cidade, que deixaram mais de 100 mortos, milhares de feridos e centenas de milhares de desabrigados

AFP
05/08/2020 às 17:26.
Atualizado em 25/03/2022 às 17:28

Beirute viveu nesta quarta-feira (5) "uma situação apocalíptica", um dia depois de duas enormes explosões provocadas por toneladas de nitrato de amônio armazenadas no porto da cidade, que deixaram mais de 100 mortos, milhares de feridos e centenas de milhares de desabrigados.

Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, 113 pessoas morreram, dezenas estão desaparecidas, e há mais de 4.000 feridos.

O governador de Beirute, Marwan Aboud, informou que até 300.000 pessoas ficaram sem casa devido aos enormes danos que, segundo ele, afetaram mais da metade da capital libanesa, de dois milhões de habitantes.

Segundo as autoridades, cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, armazenadas "sem medidas de segurança" no porto de Beirute, são a origem das potentes explosões - as mais graves já registradas na capital libanesa.

O governo decretou estado de urgência por duas semanas em Beirute e pediu a prisão domiciliar dos responsáveis pela armazenagem do nitrato de amônio.

"A situação é apocalíptica, Beirute jamais viveu isto em sua história", avaliou o governador.

"Parecia um tsunami, ou Hiroshima [...]. Foi um verdadeiro inferno. Algo me atingiu na cabeça, e todos os objetos começaram a voar ao meu redor", contou à AFP Elie Zakaria, morador do bairro de Mar Mikhail, famoso por seus bares noturnos e que se encontra voltado para o porto.

"É um massacre. Fui para a varanda e vi gente gritando, ensanguentada. Estava tudo destruído", relatou.

A potência das explosões foi tão intensa que os sensores do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) as registraram como um terremoto de 3,3 pontos na escala Richter.

A onda de choque dessas deflagrações foi sentida até na ilha do Chipre, a mais de 200 quilômetros de distância.

Na quarta-feira, viam-se nas ruas contêineres retorcidos, carros carbonizados e valises e papéis arremessados dos escritórios.

Com a ajuda de policiais, os socorristas passaram a noite em busca de sobreviventes e mortos sob os escombros. As operações continuam.

A explosão fez estourarem as janelas de casas na maioria dos bairros de Beirute e arredores e as ruas continuam cheias de vidros quebrados.

Os hospitais da capital, que já lidam com a pandemia do coronavírus, estão saturados. Moradores feridos buscavam atendimento ao longo de toda a noite.

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