O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, assinaram nesta segunda-feira(15) um "histórico" acordo de binacionalidade que abre a possibilidade de seus cidadãos obterem a dupla nacionalidade
O presidente francês, Emmanuel Macron, e o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, assinaram nesta segunda-feira(15) um "histórico" acordo de binacionalidade que abre a possibilidade de seus cidadãos obterem a dupla nacionalidade.
Reunidos na vigésima sexta cúpula franco-espanhola, Macron e Sánchez celebraram a assinatura deste acordo que permitirá aos cerca de 190.000 espanhóis que residem na França e aos 150.000 franceses que vivem na Espanha escolherem as duas nacionalidades sem renunciar à de origem.
"O acordo de dupla nacionalidade que acabamos de assinar corrige uma anomalia histórica para muitos (...) espanhóis e franceses profundamente enraizados em seus respectivos países de acolhimento que não podiam ter sua dupla identidade", disse Sánchez.
Macron destacou que este pacto permitirá aos binacionais "viverem plenamente a sua pertença aos nossos dois países" e "terem uma geração de cidadãos totalmente franco-espanhóis".
Na Europa, a Espanha só tem este acordo com Portugal, embora o tenha com nações latino-americanas.
Embora Macron e Sánchez tenham realizado outras reuniões anteriores em contextos diferentes, esta é a primeira cúpula bilateral entre os dois países, depois de Málaga, em 2017, que reuniu François Hollande e Mariano Rajoy.
Devido à pandemia de covid-19, eles estiveram presentes em Montauban apenas Sánchez e Macron, enquanto o restante de ambas as delegações participaram por videoconferência.
Os líderes também abordaram a crise da covid-19 e a criação de um passaporte de saúde, um assunto ainda em discussão a nível europeu.
Madri é menos reticente do que Paris a esta ideia, que ganha espaço no mundo com o objetivo de reativar os voos internacionais e o turismo.
"O que queremos é facilitar essa mobilidade o mais rápido possível e acredito que seja essencial para alguns setores, como o turismo", disse Sánchez.
"Obviamente todos os governos da União Europeia estão muito interessados em que este projeto possa ser realizado e desenvolvido o mais rápido possível", acrescentou o chefe do governo espanhol, embora se negue a usar o termo "passaporte".
Macron, que prefere usar o termo "atestado sanitário", sublinhou a importância de haver uma "coordenação europeia" a este respeito com regras "homogêneas".
O presidente francês também anunciou a suspensão da vacina AstraZeneca na França enquanto se aguarda uma recomendação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) na terça-feira.
"Foi tomada a decisão (...) de suspender a vacinação com a AstraZeneca por precaução e esperamos retomá-la rapidamente se a recomendação da EMA permitir", disse o presidente francês.