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Macron faz homenagem nacional a professor decapitado que 'encarnava República' francesa

A França prestou uma homenagem nacional nesta quarta-feira (21), em Paris, a Samuel Paty, professor decapitado na sexta-feira passada em um atentado que foi perpetrado porque ele "incorporou a República Francesa", de acordo com o presidente Emmanuel Macron

AFP
21/10/2020 às 20:16.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:10

A França prestou uma homenagem nacional nesta quarta-feira (21), em Paris, a Samuel Paty, professor decapitado na sexta-feira passada em um atentado que foi perpetrado porque ele "incorporou a República Francesa", de acordo com o presidente Emmanuel Macron.

"Vamos continuar, professor. Vamos defender a liberdade que o senhor tão bem ensinou e vamos defender o secularismo, não vamos renunciar às caricaturas", declarou o chefe de Estado na cerimônia que aconteceu na Universidade da Sorbonne.

"Era um daqueles professores de quem não esquecemos", acrescentou Macron, que também denunciou os "covardes" que levaram o professor a ser decapitado pelos "bárbaros".

Antes do início da cerimônia no pátio da Sorbonne, Macron concedeu postumamente a Paty a Legião de Honra, a principal condecoração francesa.

O filho de 5 anos da vítima também será declarado um "pupilo da nação", uma distinção atribuída a crianças cujos pais morreram na guerra ou em um ataque.

O professor foi assassinado em um subúrbio parisiense porque havia mostrado a seus alunos em um curso sobre liberdade de expressão caricaturas de Maomé publicadas pelo semanário satírico Charlie Hebdo, e que motivaram dois ataques islâmicos contra jornalistas da publicação.

Dois menores de 14 e 15 anos foram acusados de terem mostrado ao assassino, Abdullakh Anzorov - um jovem refugiado russo de origem chechena - quem era o professor a quem procurava em troca de "300 a 350 euros", segundo o promotor antiterrorista Jean-François Ricard.

De acordo com promotoria antiterrorista, os adolescentes foram indiciados por "cumplicidade em assassinado relacionado com ato terrorista" e colocados sob "controle judicial", informaram fontes judiciais.

A promotoria pediu a prisão preventiva de pelo menos um dos menores, mas o pedido foi negado pelos juízes de instrução que indiciaram os dois.

Segundo a promotoria, além deles, o pai de uma aluna, Brahim Chnina, e o islamita radical Abdelhakim Sefrioui, foram acusados de "cumplicidade em assassinado terrorista".

Dois amigos do assassino, Naim B. e Azim E., também foram indiciados pelo mesmo crime. Um terceiro, Yussu C., foi acusado de "associação criminosa com vistas a praticar um crime contra as pessoas".

Todos os indiciados estão em prisão preventiva, exceto Chnina, que foi detido à espera de uma debate sobre a situação.

Nove detidos foram inicialmente libertados, incluindo três estudantes, bem como os pais, avô e irmão mais novo do agressor.

O pai da aluna indiciado nesta quarta iniciou uma mobilização por meio de vídeos nas redes sociais após a aula sobre liberdade de expressão que o professor ministrou no dia 5 de outubro, quando exibiu as caricaturas.

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