INTERNACIONAL

Magnata franco-israelense denuncia 'mentiras' em julgamento por corrupção

O mangnata franco-israeense dos diamantes Beny Steinmetz denunciou, nesta terça-feira (12), as "mentiras" de uma ex-primeira-dama da Guiné, uma testemuha chave no processo por corrupção aberto contra ele em Genebra

AFP
12/01/2021 às 11:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:56

O mangnata franco-israeense dos diamantes Beny Steinmetz denunciou, nesta terça-feira (12), as "mentiras" de uma ex-primeira-dama da Guiné, uma testemuha chave no processo por corrupção aberto contra ele em Genebra.

Mamadie Touré "conta muitas mentiras", afirmou Steinmetz, de 64 anos, que diz não saber nada sobre os "pagamentos que ela recebeu". "Eu era um simples consultor", acrescentou.

"Todos os que mencionam meu nome relacionado com Touré estão dizendo coisas falsas. Eu não tenho nada a ver com Mamadie Touré", reiterou.

Touré, que deve prestar declarações como testemunha na quarta-feira, é a figura-chave deste caso sobre uma suposta corrupção relacionada com acordos de mineração na Guiné.

Após sete anos de investigação internacional, o magnata começou a ser julgado nesta segunda-feira (11), em Genebra.

Acompanhado de seus advogados, o empresário e comerciante de diamantes de 64 anos, conselheiro do grupo Beny Steinmetz Group Resources (BSGR), atuante nos setores de recursos naturais e imóveis, chegou ao tribunal correcional de Genebra 20 minutos antes do início da audiência.

O julgamento vai até sexta-feira, mas o veredicto será conhecido apenas em duas semanas.

Em razão da pandemia de coronavírus, painéis de acrílico foram colocados para separar os advogados. Apenas Beny Steinmetz e seu advogado Marc Bonnant compartilham o mesmo espaço.

Conhecido por ter feito fortuna na indústria de diamantes, Steinmetz contesta as conclusões do Ministério Público de Genebra, que o acusa de "corrupção de funcionários públicos estrangeiros e falsificação de títulos".

O caso remonta ao final dos anos 2000, quando o governo guineense do ex-presidente Lansana Conté, pouco antes da morte do presidente em 2008, despojou o grupo anglo-australiano Rio Tinto da exploração de uma das mais importantes jazidas de ferro do mundo, em Simandou, Guiné, para benefício da BSGR.

De acordo com o MP, um "pacto de corrupção" foi então alcançado entre Beny Steinmetz e seus representantes na Guiné e Lansana Conté e sua quarta esposa, Mamadie Touré.

Os alegados subornos ascenderiam a cerca de dez milhões de dólares.

Beny Steinmetz é julgado com outros dois réus, incluindo o francês Frédéric Cilins, que foi condenado a penas de prisão nos Estados Unidos em 2014 por este caso.

Mamadie Touré testemunhará em 13 de janeiro.

"Ela é a personagem-chave neste caso, mas é improvável que Mamadie Touré compareça ao julgamento pessoalmente. Vive atualmente nos Estados Unidos, onde goza do status de testemunha protegida", informou à AFP a porta-voz da ONG suíça Public Eye, Geraldine Viret, que em 2013 publicou um organograma muito complexo da BSGR.

A defesa alega, por sua vez, que Beny Steinmetz "nunca pagou um centavo à Sra. Mamadie Touré" e assegura que ela não era esposa do presidente Conté, mas uma amante sem qualquer influência.

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