Mais de 450 migrantes que chegaram em 1º de março à ilha grega de Lesbos, depois que a Turquia abriu suas fronteiras, estão "detidos" a bordo de um navio da Marinha grega sem poder apresentar pedidos de refúgio, informou nesta terça-feira (10) a ONG Humans Right Watch (HRW)
Mais de 450 migrantes que chegaram em 1º de março à ilha grega de Lesbos, depois que a Turquia abriu suas fronteiras, estão "detidos" a bordo de um navio da Marinha grega sem poder apresentar pedidos de refúgio, informou nesta terça-feira (10) a ONG Humans Right Watch (HRW).
"A decisão da Grécia de deter mais de 450 pessoas em um navio de guerra e negar-lhes (a possibilidade) de registrar pedidos de asilo viola o direito europeu e internacional (...) e pode constituir uma privação arbitrária da liberdade", denuncia a ONG em comunicado.
Desde a decisão de Ancara em 28 de fevereiro de abrir suas fronteiras aos migrantes, as ilhas gregas já viram mais de 1.700 deles chegarem. A maioria dos recém-chegados a Lesbos foi transferida na quarta-feira passada para um navio militar por falta de alojamento na ilha, sem autorização para apresentar um pedido de asilo, medida tomada pelo Conselho Nacional de Segurança da Grécia em 1º de março.
Segundo Bill Frelick, diretor da HRW para questões relacionadas aos direitos dos migrantes e refugiados, "a Grécia deve revogar imediatamente essa política draconiana, acolher essas pessoas em condições seguras e decentes e permitir que solicitem refúgio".
As autoridades gregas negaram à ONG o acesso ao navio, mas permitiram que se comunicassem por telefone com um cidadão sírio que estava lá. Segundo seu testemunho, "as crianças não recebem comida e roupas suficientes, não há chuveiros ou sabão e, até agora, só temos três banheiros para 451 pessoas".
A HRW afirmou que ele também lamentava não poder consultar um advogado ou obter informações sobre sua situação.
Em Lesbos, mais de 19.000 refugiados vivem em condições miseráveis no campo de Moria, projetado para menos de 3.000 pessoas.
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