INTERNACIONAL

Manifestações em fábricas e na TV pública na capital de Belarus

Manifestantes se reuniram nesta segunda-feira diante de várias fábricas e da sede da televisão nacional em Minsk, em resposta a uma convocação de greve geral feita pela oposição para protestar contra a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko

AFP
17/08/2020 às 07:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:09

Manifestantes se reuniram nesta segunda-feira diante de várias fábricas e da sede da televisão nacional em Minsk, em resposta a uma convocação de greve geral feita pela oposição para protestar contra a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko.

Com bandeiras brancas e vermelhas, as cores da oposição, os manifestantes se reuniram diante de uma fábrica de veículos pesados (MZKT), onde Lukashenko chegou de helicóptero.

Milhares de funcionários abandonaram os postos de trabalho na fábrica de tratores de Minsk (MTZ), informaram fontes da empresa à AFP.

Vários operários de outras fábricas seguiram em direção à unidade da MZKT para aderir aos protestos, de acordo com um vídeo publicado pelo site de notícias tut.by.

"Saia!", "Não esqueceremos, não perdoaremos" gritaram os manifestantes diante da sede da MZKT.

O presidente Lukashenko se reuniu com alguns funcionários da MZKT e tentou minimizar o alcance do movimento de protesto. Ele disse que as fábricas funcionam, apesar dos apelos por uma greve geral.

A candidata da oposição à presidência de Belarus, Svetlana Tikhanovskaya, denunciou fraudes na eleição de 9 de agosto, na qual ela recebeu oficialmente 10% dos votos, contra 80% a favor de Lukashenko.

Desde a noite da eleição, a ex-república soviética se tornou cenário de manifestações que foram, em um primeiro momento, violentamente reprimidas pelas autoridades.

Tikhanovskaya afirmou nesta segunda-feira que está pronta para liderar o país.

"Não queria ser política. Mas o destino decretou que deveria estar na linha de frente contra a arbitrariedade e a injustiça", declarou a opositora, refugiada na Lituânia, em um vídeo.

"Estou preparada para assumir minhas responsabilidades e atuar como líder nacional", completou.

"Vocês, que acreditaram em mim, que me deram força, admiro hoje cada minuto de sua coragem, sua auto-organização e como são fortes e brilhantes", completou Tikhanovskaya, que afirmou desejar "sair deste círculo sem fim em que nos encontramos há 26 anos", em referência ao período de governo de Lukashenko.

A opositora de 37 anos publicou o vídeo um dia depois das maiores manifestações da história da oposição bielorrussa, com dezenas de milhares de pessoas nas ruas de Minsk para exigir a saída do chefe de Estado.

Tikhanovskaya, que assumiu o posto de candidata no lugar do marido, que está detido há vários meses em Minsk.

Nesta segunda-feira, o governo do Reino Unido afirmou que não aceita os resultados da eleição presidencial de 9 de agosto em Belarus e deseja adotar sanções contra os responsáveis pela repressão no país.

"Precisamos com urgência de uma investigação independente da OSCE" (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), declarou chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab.

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