INTERNACIONAL

Manifestante morre em protesto após eleições de Belarus

Um manifestante morreu na noite desta segunda-feira de Belarus em protestos contra a reeleição do presidente Alexandre Lukashenko, informou a polícia bielorrussa

AFP
10/08/2020 às 19:03.
Atualizado em 25/03/2022 às 16:59

Um manifestante morreu na noite desta segunda-feira de Belarus em protestos contra a reeleição do presidente Alexandre Lukashenko, informou a polícia bielorrussa.

"Um dos manifestantes tentou lançar um objeto explosivo contra as forças de segurança, mas o objeto explodiu em suas mãos", matando-o, disse a polícia em um comunicado.

A porta-voz da polícia bielorrussa, Olga Tchemodanova, confirmou à AFP a morte de um manifestante. Outras pessoas também ficaram feridas, disse ela, sem dar mais detalhes.

O anúncio foi feito em um momento em que a polícia bielorrussa dispersa à força as manifestações contra os resultados de uma eleição presidencial tensa no domingo, com gás e balas de borracha.

A candidata da oposição em Belarus refutou os resultados oficiais nesta segunda-feira e pediu ao presidente Alexandre Lukashenko que renunciasse ao poder no dia seguinte às eleições e à violenta repressão às manifestações antigovernamentais.

Svetlana Tikhanovskaya, que em poucas semanas se tornou rival inesperada do autocrata que governa o país há 26 anos com mão de ferro, denunciou fraudes após o anúncio da vitória do presidente cessante com 80% dos votos.

"O poder deve refletir sobre como nos ceder o poder. Eu me considero a vencedora das eleições", disse a novata política de 37 anos, que denunciou a repressão às manifestações contra a reeleição do homem forte do Belarus, reprimido com particular virulência em Minsk, onde as forças da ordem lançaram granadas e dispararam contra os milhares de pessoas reunidas.

O partido da oposição, que acusou o regime de "se manter pela força", não participou das manifestações marcadas para esta segunda-feira. A porta-voz de Tikhanovskaya explicou que ela não compareceria porque "o poder poderia organizar qualquer situação para detê-la".

O Ministério do Interior informou pela manhã que 3.000 pessoas haviam sido detidas, além de 50 civis e 39 policiais feridos em 33 localidades.

No exterior, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, condenou a repressão e exigiu uma recontagem "exata" dos votos e a OTAN mostrou "séria preocupação" com os resultados eleitorais e condenou a violência. Os líderes russos e chineses Vladimir Putin e Xi Jinping parabenizaram o presidente Lukashenko.

A Casa Branca disse nesta segunda-feira que está "profundamente preocupada" com a eleição presidencial na e pediu às autoridades que permitam protestos.

A assessora de imprensa do presidente Donald Trump, Kayleigh McEnany, disse que "a intimidação de candidatos da oposição e a detenção de manifestantes pacíficos" estavam entre os vários fatores que "prejudicaram o processo".

"Instamos o governo bielorrusso a respeitar o direito de se reunir em paz e abster-se do uso da força", disse a repórteres.

Nas últimas semanas, o presidente bielorusso acusou Moscou de querer subjugar seu país e de tentar desestabilizá-lo, em particular enviando mercenários.

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