Manifestantes pró-democracia em Mianmar saíram às ruas novamente nesta segunda-feira (22) na cidade de Mandalay (centro), um dia depois de uma violenta repressão que matou oito pessoas, enquanto a BBC anunciou a libertação de seu jornalista local após vários dias de detenção
Manifestantes pró-democracia em Mianmar saíram às ruas novamente nesta segunda-feira (22) na cidade de Mandalay (centro), um dia depois de uma violenta repressão que matou oito pessoas, enquanto a BBC anunciou a libertação de seu jornalista local após vários dias de detenção.
Desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, que derrubou a líder civil Aung San Suu Kyi, os protestos diários são reprimidos com violência pela junta militar.
Quase 250 pessoas foram assassinadas e mais de 2.600 detidas, de acordo com a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP).
Ao mesmo tempo, a BBC anunciou nesta segunda-feira a libertação de seu jornalista em Mianmar, Aung Thura.
"O jornalista da BBC Aung Thura foi liberado em Mianmar", informou a emissora britânica. Ele foi levado por homens com roupas civis na capital, Naypyidaw, na sexta-feira passada.
Na madrugada desta segunda-feira, os manifestantes, incluindo professores, protestaram em Mandalay, a capital cultural do país. Alguns exibiam cartazes com pedidos de intervenção da ONU.
No domingo, Mandalay foi cenário de uma das mais violentas ações de repressão, que deixaram oito mortos e quase 50 feridos, informou uma fonte médica à AFP. Durante a noite, monges celebraram uma cerimônia com velas
Em parte da cidade de 1,7 milhão de habitantes foram ouvidos tiros durante a noite.
"As pessoas estavam com muito medo e ficaram inseguras durante toda a noite", afirmou à AFP um médico.
Em Yangon, a capital econômica do país, também foram organizados protestos durante a madrugada em alguns bairros. Os motoristas tocaram as buzinas dos carros em apoio ao movimento pró-democracia.
Moradores no subúrbio de Hlaing lançaram balões vermelhos com mensagens para a ONU, que incluem pedidos de intervenção para acabar com as atrocidades no país, segundo a imprensa local.
A situação é muito tensa em Yangon, onde dois dos cinco milhões de habitantes estão submetidos à lei marcial.
Os opositores ao golpe decidiram protestar durante o dia e a noite para tentar evitar a resposta violenta das forças de segurança.
Mianmar, no entanto, está cada vez mais isolada. As conexões de internet continuam muito prejudicadas e apenas a imprensa estatal consegue cobrir a crise agora.
Com a intensificação da repressão e o aumento do balanço de vítimas, a preocupação internacional com Mianmar é cada vez maior. Um alto funcionário da ONU advertiu que os militares birmaneses podem estar cometendo "crimes contra a humanidade".