Grécia, França, Itália e Chipre, países-membros da União Europeia, começaram nesta quarta-feira (26) manobras militares conjuntas no Mediterrâneo Oriental, onde as tensões greco-turcas se agravaram recentemente devido à delimitação de áreas marítimas ricas em hidrocarbonetos
Grécia, França, Itália e Chipre, países-membros da União Europeia, começaram nesta quarta-feira (26) manobras militares conjuntas no Mediterrâneo Oriental, onde as tensões greco-turcas se agravaram recentemente devido à delimitação de áreas marítimas ricas em hidrocarbonetos.
"Chipre, Grécia, França e Itália concordaram em implementar uma presença conjunta no Mediterrâneo Oriental dentro da Iniciativa Quadripartite de Cooperação (SQAD)", informou o Ministério da Defesa grego.
Os exercícios ocorrerão até sexta-feira no leste do Mediterrâneo, ao sul e sudoeste do Chipre, segundo uma fonte militar.
A França alertou nesta quarta-feira a Turquia que o Mediterrâneo Oriental não pode servir como "um campo de jogo" para as ambições nacionais.
Em resposta, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, alertou que a Turquia "não fará nenhuma concessão" em defesa de seus interesses gasíferos no Mediterrâneo Oriental e pediu à Grécia que evite cometer qualquer "erro" que a leve à sua "ruína".
O ministério grego, por sua vez, afirmou que "as tensões e a instabilidade no Mediterrâneo Oriental aumentaram as disputas sobre questões relacionadas ao espaço marítimo".
A descoberta, nos últimos anos, de importantes campos de gás no Mediterrâneo Oriental gerou fortes tensões entre Ancara e Atenas, que disputam algumas áreas marítimas.
Neste contexto de tensões, a Alemanha, que ocupa a presidência semestral rotativa da União Europeia, defendeu na terça-feira em Atenas e Ancara o "diálogo" e a "desescalada".
"Ninguém quer resolver esta disputa militarmente", declarou o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, destacando que "existe uma vontade de diálogo de ambas as partes".
Desde 10 de agosto, a Turquia implantou o navio sísmico "Oruç Reis" na área acompanhado de forças navais, provocando a ira da Grécia, que respondeu enviando navios de sua Marinha.
De acordo com o ministério grego, essa iniciativa quadripartite "contribuirá para uma presença aeronáutica militar reforçada na região, com base no entendimento recíproco, no diálogo e na cooperação".
A primeira etapa desta iniciativa comum, denominada "Evnomia", é a concentração de meios aéreos e navais, bem como tropas desses quatro países no sudeste do Mediterrâneo.
Essas manobras demonstram "o compromisso coletivo e absoluto de quatro países europeus para a aplicação do direito do mar (UNCLOS) e do direito internacional vigente", destaca o texto.
O Ministério grego afirma que "a via diplomática continua sendo o meio privilegiado para solucionar as questões a nível bilateral e europeu simultaneamente, uma vez que o diálogo pode levar ao abrandamento das tensões na região", de acordo com o mesmo comunicado.