O uso obrigatório da máscara para lidar com o coronavírus começa a ganhar terreno nas cidades da Europa, especialmente na França e na Holanda, diante de um aumento descontrolado da pandemia que já causou mais de 700
O uso obrigatório da máscara para lidar com o coronavírus começa a ganhar terreno nas cidades da Europa, especialmente na França e na Holanda, diante de um aumento descontrolado da pandemia que já causou mais de 700.000 mortes em todo mundo.
Desde seu surgimento na China, em dezembro passado, a pandemia deixou 700.489 mortos no mundo, com mais de 18,5 milhões de casos de contágio.
Cerca de metade desses óbitos estão concentrados em quatro países: Estados Unidos (156.806), Brasil (95.819), México (48.869) e Reino Unido (46.299).
O número de mortos pela COVID-19 dobrou desde 26 de maio e, em menos de três semanas, outras 100.000 mortes foram registradas. A Europa continua sendo a região mais afetada, com mais de 211.000 falecimentos.
Para tentar conter o avanço do vírus, a máscara será obrigatória a partir desta quarta-feira no exterior, nas áreas mais frequentadas de cidades da França, como Toulouse (sudoeste). A medida em breve se estenderá a Paris e a outras cidades, anunciaram as autoridades.
Na França, o órgão científico que assessora o governo considerou "altamente provável que uma segunda onda epidêmica seja observada no outono, ou no inverno" (primavera e verão no Brasil).
"O vírus circula de forma mais ativa, com uma perda acentuada das medidas de distanciamento e de segurança: o equilíbrio é frágil e, a qualquer momento, podemos passar para um cenário menos controlado, como na Espanha, por exemplo", alertou o Conselho Científico na terça-feira (4).
Também a partir desta quarta, a máscara será obrigatória no famoso Bairro Vermelho de Amsterdã e nos bairros comerciais de Roterdã.
Já o governo irlandês decidiu prorrogar a última fase de seu desconfinamento, como a reabertura de todos os "pubs", bares e hotéis. Máscaras serão obrigatórias nas lojas e nos shopping centers a partir de 10 de agosto.
Muitos países já estão recuando na flexibilização, ou intensificando suas restrições.
Nas Filipinas, mais de 27 milhões de pessoas em Manila e em quatro províncias vizinhas, ou seja, cerca de 25% da população, foram "reconfinadas" na terça-feira.
Em Melbourne, a segunda maior cidade da Austrália e onde um toque de recolher está sendo aplicado desde domingo, todo comércio não essencial fecha a partir da meia-noite desta quarta.
Na América Latina e no Caribe, onde já são mais de cinco milhões de casos e mais de 205.000 mortes, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) alertou na terça-feira que a situação da COVID-19 no gigante sul-americano "permanece crítica".
A Argentina anunciou números recordes, na terça-feira, com 168 óbitos e 6.792 infecções. O país de 44 milhões de habitantes acumula quase 4.000 mortes e 213.000 casos de COVID-19. Esse novo aumento obrigou o governo a proibir reuniões sociais em todo território.
Depois de iniciar um desconfinamento gradual, o Peru passou dos 20.000 mortos ontem. Em meio à escalada de infecções, o país, com 33 milhões de habitantes, enfrenta o colapso dos hospitais.