INTERNACIONAL

Mercado de trabalho ilustra os difíceis desafios econômicos de Biden

Os desafios econômicos enfrentados pelo novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se apresentaram mais uma vez nesta quinta-feira(21) com o número de pessoas que solicitaram o seguro-desemprego, um termômetro dos danos causados pela pandemia na maior economia do mundo

AFP
21/01/2021 às 15:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 21:11

Os desafios econômicos enfrentados pelo novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se apresentaram mais uma vez nesta quinta-feira(21) com o número de pessoas que solicitaram o seguro-desemprego, um termômetro dos danos causados pela pandemia na maior economia do mundo.

Os pedidos semanais pelo benefício caíram nos Estados Unidos na semana passada em relação à anterior, mas permanecem em níveis excepcionalmente altos, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Trabalho um dia após a posse de Biden.

Entre 10 e 16 de janeiro, 900.000 pessoas se inscreveram para esses subsídios, em comparação com 926.000 na semana anterior, um número que foi revisado para baixo.

Os analistas esperavam uma queda maior, para 845.000 registros. Esses números são maiores do que os mesmos períodos entre 2008 e 2010, durante a crise das hipotecas, quando Biden era vice-presidente de Barack Obama.

Na primeira semana do ano houve um aumento nas inscrições para esses subsídios, principalmente porque o direito dos trabalhadores de solicitá-los foi prorrogado, o que permitiu a muitas pessoas cujos benefícios expiraram, se inscreverem novamente.

Naquela mesma semana, pouco mais de cinco milhões de pessoas receberam esses subsídios, 127 mil a menos que na semana anterior, mas no total são 16 milhões de trabalhadores que recebem seguro-desemprego, número que pode aumentar.

O governo também relatou 423.734 novos registros no programa de Assistência ao Desemprego Pandêmico, que beneficia trabalhadores autônomos que geralmente não podem receber seguro-desemprego.

Os dados mostram uma duplicação em relação à semana anterior considerada, após uma breve interrupção do programa devido a desentendimentos políticos em Washington.

"As dispensas estão progredindo em um ritmo rápido, refletindo o impacto das medidas de contenção" da pandemia do coronavírus, explicou Rubeela Farooqi da High Frequency Economics em uma análise.

"As condições não devem melhorar até que as infecções possam ser controladas e a economia possa reabrir", concluiu.

Os pedidos de seguro-desemprego dispararam nos Estados Unidos depois que estados e cidades restringiram a abertura de empresas em todo o país devido à covid em março.

Desde então, o mercado de trabalho melhorou e a taxa de desemprego passou de 14,7% em abril para 6,7% atuais. Biden propôs antes de assumir o cargo na quarta-feira, um plano de estímulo econômico de 1,9 trilhão de dólares que também inclui a ampliação da campanha de vacinação contra o coronavírus.

"Os estímulos fiscais, assim como uma ampla aplicação da vacina, sugerem um bom futuro para o mercado de trabalho, mas com a pandemia ainda avançando, os pedidos (de subsídios trabalhistas) devem continuar altos no médio prazo", disse Lydia Boussour da Oxford Economics.

Com os democratas de Biden controlando as duas casas do Congresso, resta saber quanto apoio seu plano terá entre os republicanos, geralmente mais avessos a intervenções estatais massivas na economia.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por