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México acha provável chegar a 30.000 mortos por COVID-19

O México considera provável que sua previsão de até 30.000 mortes pela pandemia do COVID-19 seja cumprida, embora o número possa variar, disse Hugo López-Gatell, responsável pela estratégia do governo contra o novo coronavírus, em entrevista à AFP

AFP
31/05/2020 às 08:16.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:49

O México considera provável que sua previsão de até 30.000 mortes pela pandemia do COVID-19 seja cumprida, embora o número possa variar, disse Hugo López-Gatell, responsável pela estratégia do governo contra o novo coronavírus, em entrevista à AFP.

A cifra está no topo de uma faixa entre 6.000 e 30.000 mortes calculadas pelo governo no final de fevereiro e está sujeita a certas condições, explicou López-Gatell, quando o México se prepara para iniciar uma retomada gradual de sua vida econômica e social na segunda-feira.

"Se amanhã os governos estaduais começarem a ter atitudes muito libertinas em relação ao desconfinamento, talvez sejam mais de 30.000", disse a autoridade na sexta-feira à noite.

O México, com 120 milhões de habitantes, contabilizou até sexta-feira 9.779 mortes e 87.512 casos confirmados de COVID-19.

López-Gatell indicou que o intervalo foi uma das primeiras previsões que o governo mexicano fez com base nas escassas informações científicas sobre o vírus que o mundo teve nos primeiros meses do ano, restritas aos dados da província Hubei da China e sua capital, Wuhan.

Os parâmetros de hospitalização, óbitos, mas principalmente a incidência acumulada do vírus, conhecida na epidemiologia como taxa de ataque, foram adaptados à realidade mexicana para preparar o cálculo.

"Tínhamos um alcance, como geralmente é feito nas estimativas: 6.000, 8.000 (...) e isso subiu para 30.000, variando um parâmetro fundamental que é a taxa de ataque", explicou.

"Estamos em um intervalo razoável, apesar das limitações do método e das suposições. Não me parece irracional que isso possa ocorrer", que as mortes máximas estimadas sejam atingidas, acrescentou López-Gatell.

O doutor em Epidemiologia da Universidade Johns Hopkins dos EUA esclareceu, no entanto, que esse modelo é "limitado" e que foi substituído por métodos matemáticos projetados em colaboração com cientistas do Conselho Nacional de Ciência do México, Conacyt e outras instituições acadêmicas.

Segundo ele, a aspiração de ter uma única estimativa nacional "não é mais apropriada" tecnicamente, pois as evidências apontam para o fato de que em países geograficamente grandes como o México a epidemia "se comporta em manchas", sem sincronia entre os surtos locais.

O subsecretário alertou, no entanto, que "em termos científicos, uma previsão nunca deve ser tomada como promessa ou garantia", e sim como insumo para tomar decisões sobre fenômenos imprevisíveis.

O México começará nesta segunda-feira sua transição para um "novo normal", com quase todo o seu território colocado no mais alto nível de alerta de saúde, uma decisão deliberada das autoridades de saúde para evitar uma falta acelerada de confinamento que gerará surtos do vírus.

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