INTERNACIONAL

Milhares de manifestantes desafiam restrições anticovid no Dia da Mulher

Dezenas de milhares de pessoas desafiaram em todo o mundo as restrições impostas devido ao coronavírus para celebrar, às vezes em condições perigosas, o Dia Internacional da Mulher e denunciar a violência contra as mulheres

AFP
08/03/2021 às 18:44.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:29

Dezenas de milhares de pessoas desafiaram em todo o mundo as restrições impostas devido ao coronavírus para celebrar, às vezes em condições perigosas, o Dia Internacional da Mulher e denunciar a violência contra as mulheres.

Tanto em democracias pacíficas quanto em países mergulhados em grandes conflitos, as mulheres foram às ruas, ainda que em número muito menor do que no ano anterior, quando a pandemia ainda não havia atingido sua expressão máxima.

"É uma vergonha que ainda estejamos protestando em 2021 para pedir a igualdade de direitos", disse à AFP Lucie, uma estudante de 22 anos que participava de uma manifestação em Paris. Dezenas de milhares marcharam na França.

Na Turquia, várias centenas de mulheres muçulmanas uigures protestaram perto do consulado da China em Istambul, pedindo o fim dos campos de encarceramento em massa na região de Xinjiang.

"O estupro é um crime contra a humanidade", dizia um cartaz, referindo-se a uma reportagem da BBC que denunciou estupros sistemáticos e a esterilização forçada de mulheres nesses campos, o que Pequim nega.

Três das mulheres mais influentes do planeta alertaram o Parlamento Europeu sobre o efeito da pandemia do coronavírus sobre seus direitos.

As consequências econômicas e políticas exacerbaram os desafios enfrentados pelas mulheres, segundo a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

"A covid-19 ameaça a saúde, a segurança econômica e a segurança física das mulheres em todos os lugares", afirmou Harris em um vídeo gravado em Washington.

Na Grécia, onde a mídia está repleta de reportagens relacionadas ao assédio sexual, centenas de mulheres se reuniram na Praça Sintagma, no centro de Atenas.

"Isso é mais importante hoje em dia em comparação com os anos anteriores, precisamente porque estamos passando pelo movimento #MeToo na Grécia", disse a atriz Marilena Kavazi à AFP.

Na Espanha, onde o movimento feminista ganhou grande força nos últimos anos, milhares de pessoas percorreram as ruas das principais cidades e dezenas em Madri, onde o protesto foi proibido por causa do coronavírus.

"Se eu acordar amanhã e não houver desigualdade, não irei. Enquanto houver, continuarei indo", declarou com sarcasmo Mireia Mata, uma mulher de 54 anos de Barcelona.

Em Varsóvia, homens e mulheres protestaram contra a proibição quase total do aborto após um recente endurecimento das normas na Polônia.

As floriculturas na Hungria puderam abrir nesta segunda, apesar do fechamento do comércio não essencial devido à pandemia, já que os húngaros costumam comprar flores para mulheres nessa data.

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