INTERNACIONAL

Militar aposentado admite crimes durante ditadura do Uruguai

Um coronel preso por crimes na ditadura do Uruguai (1973-85) admitiu ter matado e torturado e confirmou um voo clandestino com prisioneiros na Argentina que estavam desaparecidos, segundo documentos oficiais divulgados nesta sexta-feira (28)

AFP
28/08/2020 às 15:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 11:58

Um coronel preso por crimes na ditadura do Uruguai (1973-85) admitiu ter matado e torturado e confirmou um voo clandestino com prisioneiros na Argentina que estavam desaparecidos, segundo documentos oficiais divulgados nesta sexta-feira (28).

"Tive que matar e matei e não me arrependo. Tive que torturar e torturei", disse o coronel aposentado Gilberto Vázquez em um Tribunal de Honra do Exército em 2006 e cujos processos foram revelados hoje.

"Isso me custa muitas noites de sono lembrando dos caras que estraguei, mas não me arrependo", acrescentou Vázquez, condenado em 2006 pelo homicídio de 28 uruguaios capturados em 1976 na Argentina.

"Nós executamos, não assassinamos, são coisas muito diferentes. Nós não torturamos, nós pressionamos porque não havia outra escolha", disse Vázquez, de 75 anos. "Não tinha outra forma de combater e tenho orgulho do que fiz", afirmou.

O coronel aposentado compareceu diante do Tribunal de Honra Militar em 2006, depois de escapar de um quartel onde estava preso à espera de uma possível extradição para a Argentina para ser julgado pelos crimes na ditadura.

Vázquez fez parte do grupo de seis ex-repressores processados em 2006, que incluía José Gavazzo, Jorge Silveira, Ernesto Rama, Ricardo Arab e Ricardo Medina.

gv/gm/aa

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