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Minneapolis se prepara para despedida de George Floyd

Minneapolis se prepara nesta quinta-feira (4) para se despedir de George Floyd, um cidadão negro, cuja morte por um policial branco em 25 de maio desencadeou um movimento de protesto que não se via há décadas nos Estados Unidos

AFP
04/06/2020 às 12:27.
Atualizado em 27/03/2022 às 21:36

Minneapolis se prepara nesta quinta-feira (4) para se despedir de George Floyd, um cidadão negro, cuja morte por um policial branco em 25 de maio desencadeou um movimento de protesto que não se via há décadas nos Estados Unidos.

A onda de protestos - que ocorre cinco meses antes da eleição e em meio à pandemia de coronavírus - se intensificou na segunda-feira, quando o presidente Donald Trump ameaçou mobilizar o Exército para restaurar a ordem, depois que protestos pacíficos durante o dia terminaram em distúrbios noturnos.

Os distúrbios forçaram muitas cidades a declararem toque de recolher, e 10.000 pessoas foram presas em todo país, de acordo com a imprensa local. Não há balanço de mortos, ou feridos, porque alguns incidentes à margem dos protestos ainda estão sendo investigados.

A homenagem a Floyd em sua cidade será liderada pelo ativista dos direitos civis Al Sharpton.

O vídeo que mostra o oficial branco Derek Chauvin imobilizando Floyd com o joelho pressionado em seu pescoço por nove minutos provocou uma indignação nunca vista desde o assassinato do ativista negro Martin Luther King Jr., em 1968.

Na quarta-feira, os promotores responsáveis pelo caso em Minnesota endureceram as acusações contra Chauvin, que, na semana passada, foi acusado de homicídio culposo.

Agora, ele também será processado por homicídio sem premeditação, uma acusação que se soma às já existentes e acarreta penas mais severas.

Se condenado, pode pegar até quatro décadas de prisão, embora nos Estados Unidos haja poucos casos de condenação contra policiais.

Além disso, o promotor acusará os outros três policiais que estavam no local - Tou Thao (34 anos), J. Alexander Kueng (26) e Thomas Lane (37), já detidos - por ajudarem e instigarem o assassinato.

Al Sharpton, responsável pela elegia a Floyd, reuniu-se com a família do falecido na quarta-feira.

"Amanhã vamos expor como nos mobilizaremos em nível nacional em nome de George Floyd, Ahmaud Arbery, Breonna Taylor e outros", disse o ativista.

Arbery morreu em fevereiro, depois de ser baleado por moradores brancos do bairro onde havia saído para correr, na Geórgia. Breonna, uma mulher negra, morreu após ser baleada quando a polícia entrou em sua casa em março, no Kentucky.

O caso de Floyd ressuscitou feridas e medos sobre o racismo e a violência policial nos Estados Unidos, o que deu origem ao movimento Black Lives Matter, em 2013.

Em nota, a família de Floyd agradeceu pelas mobilizações, observando que as prisões dos agentes que estavam livres e as novas acusações são um momento "agridoce" e um "passo significativo no caminho da justiça".

Embora uma das demandas dos manifestantes tenha sido atendida, as mobilizações continuaram na noite de quarta-feira para exigir mudanças mais profundas.

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