INTERNACIONAL

Missão da OMS na China não dará resultados rápidos, segundo especialista

A investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem da covid-19 levará tempo e seus resultados não serão conhecidos rapidamente, declarou à AFP o Dr

AFP
03/02/2021 às 10:11.
Atualizado em 23/03/2022 às 19:55

A investigação da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a origem da covid-19 levará tempo e seus resultados não serão conhecidos rapidamente, declarou à AFP o Dr. Hung Nguyen-Viet, um dos especialistas internacionais presentes em Wuhan, berço da pandemia que assola o mundo.

Hung Nguyen-Viet é um dos doze especialistas que chegaram à China no mês passado para investigar a origem do vírus em Wuhan, no centro do país, a primeira cidade em que uma quarentena foi decretada, em janeiro de 2020.

A visita é politicamente sensível para o regime chinês, que tenta se esquivar de qualquer responsabilidade pela origem da pandemia que já causou mais de 2,2 milhões de mortes no planeta.

Os especialistas iniciaram a investigação na semana passada, após cumprirem uma quarentena de 14 dias, mais de um ano após os primeiros casos, o que torna pouco provável que encontrem muitos vestígios das primeiras transmissões virais.

"É claro que o ideal é fazer o estudo no momento ou imediatamente depois", admitiu Hung Nguyen-Viet em entrevista por videoconferência à AFP.

A investigação visa entender como o coronavírus foi transmitido do animal para o ser humano.

Esta é uma "questão difícil e de uma investigação difícil", ressaltou o especialista, co-diretor do programa de saúde humana e animal do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária de Nairóbi.

"É improvável que depois de uma missão tão curta tenhamos um entendimento muito preciso ou respostas definitivas", alertou o médico formado na França.

A missão deve terminar antes do feriado do Ano Novo Chinês, que este ano começa em 11 de fevereiro.

"Acho que temos de ser pacientes. Estamos em um processo e precisamos de tempo e esforço para entender" o que aconteceu.

Desde que chegou a Wuhan, a equipe da OMS visitou os hospitais que trataram os primeiros pacientes com covid-19 e o mercado Huanan, onde animais selvagens eram comercializados vivos e onde os primeiros mortos conhecidos da epidemia costumavam fazer compras.

"Fomos informados do contexto e dos diferentes casos detectados no mercado", explicou o Dr. Nguyen-Viet. "Isso me ajudou a reconstruir os acontecimentos e entender melhor o contexto desse mercado", acrescentou.

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