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Morre emir do Kuwait, veterano da diplomacia no Golfo

O emir do Kuwait, o xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, veterano da diplomacia em um Golfo abalado por mais de cinco décadas de crise e conflito, morreu nesta terça-feira (29) aos 91 anos

AFP
29/09/2020 às 15:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:26

O emir do Kuwait, o xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, veterano da diplomacia em um Golfo abalado por mais de cinco décadas de crise e conflito, morreu nesta terça-feira (29) aos 91 anos.

"Com grande tristeza e pesar, lamentamos a morte do xeque Sabah al-Ahmad al-Sabah, emir do Kuwait", declarou o xeque Ali Jarrah al-Sabah, ministro encarregado dos assuntos reais, em uma gravação transmitida pela televisão.

A televisão kuwaitiana interrompeu sua programação e transmitiu versos do Alcorão antes mesmo do anúncio oficial.

Após sua hospitalização no Kuwait, em 18 de julho, o chefe de Estado, que assumiu o poder em 2006, "temporariamente" delegou parte de seus poderes ao príncipe herdeiro, o xeque Nauaf Al-Ahmad Al-Jaber Al-Sabah. Este último, seu meio-irmão de 83 anos, irá sucedê-lo.

O emir viajou aos Estados Unidos no final de julho para continuar seu tratamento médico, segundo as autoridades, que não deram detalhes sobre a natureza de sua doença.

Não ficou claro se o emir ainda estava nos Estados Unidos quando morreu ou se já havia retornado ao seu país.

Em 2002, seu apêndice foi retirado e antes disso, em fevereiro de 2000, ele havia colocado um marcapasso cardíaco.

Em 2007, foi submetido a uma cirurgia do trato urinário nos Estados Unidos.

Em setembro de 2019, o emir havia passado por exames médicos após sua chegada aos Estados Unidos, o que levou ao adiamento e posterior cancelamento de uma reunião com o presidente americano Donald Trump.

O xeque Sabah foi considerado o arquiteto da política externa do Kuwait moderno, sendo um grande aliado dos Estados Unidos e da Arábia Saudita e mantendo boas relações com o arquirrival desta, o Irã.

Sua hospitalização em julho precedeu a do rei Salman, da Arábia Saudita, de 84 anos, que teve alta após 10 dias, período durante o qual sua vesícula foi removida.

Após a morte em janeiro do sultão Qabus de Omã, Sabah é outro mediador influente perdido em uma região marcada por tensões com o Irã e a disputa que estourou em 2017 entre o Catar, de um lado, e a Arábia Saudita e seus aliados, do outro.

Neste litígio, o xeque Sabah adotou um papel de mediação e pediu uma redução das tensões no Golfo.

Sua morte "terá um impacto profundo, devido ao seu papel como diplomata e mediador regional, mas também como uma figura unificadora em seu país", disse Kristin Diwan, do Arab Gulf States Institute, com sede em Washington.

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