Ártemis

Mortandade é denunciada

Peixes apareceram mortos, ou agonizando, perto de Ártemis; vereador denunciou no MP

Ana Cristina Andrade
14/12/2022 às 07:30.
Atualizado em 14/12/2022 às 07:30
Piavas, jurupenséns, mandis, entre outros, morreram por falta de oxigênio; morador disse que isso ocorre com frequência e no mesmo lugar (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Piavas, jurupenséns, mandis, entre outros, morreram por falta de oxigênio; morador disse que isso ocorre com frequência e no mesmo lugar (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

O vereador Josef Borges, do partido Solidariedade, protocolou ontem denúncia no Ministério Público, por conta de uma mortandade de peixes nas proximidades de Ártemis descoberta ontem de manhã. 
É a segunda vez, em menos de dois meses, que peixes aparecem mortos, ou agonizando, às margens do rio Piracicaba. Entre as espécies, eram vistos piavas, jurupensém e mandis, que formavam um grande volume pela manhã.

Josef disse que fez a denúncia para que sejam cobrados, da Cetesb e demais órgãos ambientais competentes, uma investigação minuciosa já que, há pouco tempo, houve uma mortandade grande e a resposta é sempre a mesma: no momento em que fazem o teste o oxigênio da água está normal. 
"A gente não pode fazer acusações, mas, se tem chuva e sempre é nessa época, evidente que pode estar tendo algum material que a chuva levou. Não estou afirmando, mas pode material como o de safra, por exemplo", declarou o vereador.

Em outubro, dois dias antes de a mortandade acontecer, moradores das imediações disseram ter sentido um forte cheiro de restilo. "É necessário que se faça levantamento se tem plantação de cana-de-açúcar ali. Se existe, é preciso saber quando foi jogado algum adubo. Se não foi isso, é preciso saber o que de fato causou a perda de oxigênio na água. Interessante é que chove em várias regiões e é só aqui morre peixe. Por isso, quero um estudo minucioso porque a sociedade cobra resposta dos órgãos ambientais", acrescentou Josef.

O empresário Eber Constantinov, 49, que deparou com o cenário ontem, observou não haver esforço de autoridades para resolver a questão. "Já deparei com isso inúmeras vezes e a alegação é sempre a mesma: com a chuva, o sedimento do fundo rio é revolvido e com isso diminui a oxigenação para os peixes", disse.

"Por que isso não ocorre em outros locais? É triste porque a gente desce para pescar no rio, com os filhos, com varinha e no sistema pesque e solte, e corre o risco de ser multado por destruição à natureza. Vem uma empresa, mata os peixes de uma vez e está tudo bem", lamentou.
Eder fotografou um jurupensém que não foi pescado, mas apareceu morto e com a barriga estufada.
Luis Fernando Magossi, o Gordo, falou que há anos o laudo da Cetesb vem com essa questão de que a enxurrada revolveu o fundo do rio e misturou a matéria orgânica depositada durante a seca e diminuiu drasticamente o oxigênio da água.

"A sorte foi que na hora choveu forte e bastante peixes que estavam agonizando conseguiram se recompor. É sempre no mesmo local e mesmo período. É preciso fazer algo, nem que seja uma vigília, para tentar descobrir o que está acontecendo", ressaltou.

A Cetesb foi questionada, por e-mail, mas até o fechamento desta edição não deu resposta.

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