Campus Taquaral

Movimento em Brasília pretende garantir recursos para 2024

Um grupo de cerca de 30 pessoas esteve reunido na Câmara Municipal, na última terça-feira, para atualizar e discutir o andamento do movimento que visa à implantação de uma universidade federal no campus

Da Redação
13/07/2023 às 07:37.
Atualizado em 13/07/2023 às 07:37

O prédio da Unimep Taquaral está à venda por valor estimado em R$ 100 milhões (Christiano Dihel Neto)

O campus Taquaral da Unimep continua a ser motivo de debate entre vereadores e sociedade civil com objetivo de transformá-lo em uma universidade federal ou a extensão de uma instituição de ensino superior. A iniciativa visa trocar a dívida que a rede mantenedora da Unimep, o (Instituto Educacional Piracicabano (IEP), tem com o governo federal, visto que a entidade integra o processo de recuperação judicial em que consta também o prédio da Unimep Taquaral como garantia dos credores e está à venda por valor estimado em R$ 100 milhões.

Mas para que um projeto dessa envergadura ande, o governo federal precisa aprovar a ideia e incluir no orçamento de 2024 os recursos financeiros necessários para tal. "A instalação de uma universidade passa por recursos públicos e dotação orçamentária, e o governo federal está neste momento fazendo o seu Orçamento para o ano que vem. Portanto, temos urgência em ter uma agenda com o ministro da Educação”, diz a vereadora Rai de Almeida (PT), uma das coordenadoras do movimento.

"A Unimep teve um papel muito grande como vetor de crescimento, e nossa região se beneficiou por décadas dessa importante instituição de ensino. Esse é o momento para unir forças. O prefeito Luciano Almeida apoia 100% essa luta para que possamos ter um resultado final que vai beneficiar toda a nossa população e região", declarou o vereador Josef Borges (Solidariedade), líder do governo na Câmara.

Na tarde de terça-feira (11), cerca de 30 pessoas estiveram na Câmara para uma reunião que atualizou o andamento do processo e definiu os próximos passos, como a realização de uma campanha para engajar movimentos estudantis, escolas das redes estadual e municipal e demais segmentos da sociedade. Também foi classificado como "urgente" o agendamento de uma nova conversa com Camilo Santana, ministro da Educação do governo Lula.

"O que está colocada neste momento é a questão financeira: se é um campus extensivo, você já tem os professores; para ter uma universidade, passa-se por todo o processo administrativo e de concurso público, e isso tem uma demora. Uma extensão seria mais rápida para a ocupação", afirmou a vereadora. “O fato de ter um campus extensivo não inviabiliza ter uma universidade autônoma a médio prazo."

O professor aposentado Ely Eser Barreto César destacou que a hipótese atualmente considerada é a de tornar o Taquaral um campus avançado de uma das três universidades federais de São Paulo – Unifesp, UniABC ou UFSCar –, "diante das dificuldades do governo, no momento, de instalar uma nova universidade".

A proposta a ser levada ao Ministério da Educação envolveria a "desapropriação amigável" do campus Taquaral, segundo Ely Eser. "Inicialmente, seria uma ação, mas as exigências a tornavam quase impossível; mudamos, então, para a modalidade de 'desapropriação amigável'", afirmou o professor aposentado.

"A rede metodista já está fazendo isso, acertando a apuração da dívida, do valor do imóvel, e o acerto é negociado: pela dívida, entrega-se o imóvel. Estamos programando voltar ao Ministério da Educação para apresentar a proposta de desapropriação, se interessa ao Estado esse imóvel. Isso precisa ser formalizado; não deve ser um problema técnico complicado", completou.

O secretário municipal de Educação, Bruno Roza - que integrou a comitiva que foi em abril a Brasília junto com Rai de Almeida, Ely Eser, a deputada estadual Bebel Noronha (PT) e o professor Valdemar Sguissardi -, lembrou o "brilho nos olhos" de Camilo Santana "quando o ministro constatou o potencial do campus Taquaral". Os deputados estaduais Alex Madureira e Professora Bebel também apoiam o movimento intersetorial. 

Bruno Roza defendeu que, na segunda reunião, o grupo reforce a defesa da proposta com vídeos e materiais que deem a dimensão da ampla estrutura, desativada pela Unimep em 16 de janeiro, composta por 150 salas de aula, 50 laboratórios, sete prédios, dois anfiteatros e biblioteca com mais de 400 mil títulos no acervo. O deputado estadual Alex de Madureira (PL) disse reiterar seu apoio ao movimento.

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