INTERNACIONAL

MSF fecha maternidade atacada em maio no Afeganistão

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta segunda-feira o encerramento de suas atividades na maternidade de Cabul, que sofreu um ataque sangrento em maio com 25 mortos, 16 deles mães

AFP
15/06/2020 às 13:50.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:44

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta segunda-feira o encerramento de suas atividades na maternidade de Cabul, que sofreu um ataque sangrento em maio com 25 mortos, 16 deles mães.

"Essa decisão foi tomada sabendo que, embora nenhuma informação tenha sido divulgada sobre os autores e os motivos do massacre, mães, bebês e profissionais da saúde foram um alvo deliberado e ataques semelhantes podem se repetir", disse a ONG em comunicado.

Em 12 de maio, três homens armados invadiram uma maternidade administrada pela MSF e mataram 16 mães - cinco delas prestes a dar à luz -, uma parteira, duas crianças, de 7 e 8 anos de idade, e seis outras pessoas.

O ataque, que chocou a população de um país que já está acostumado a essa violência, não foi reivindicado, mas os Estados Unidos alegaram que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) era responsável.

A maternidade fica dentro do hospital de Dasht-e-Barchi, um bairro do oeste de Cabul, onde vive a minoria xiita Hazara, alvo comum de ataques do EI nos últimos anos.

"Hoje, temos que aceitar a realidade: paredes mais altas e portas de segurança mais grossas não impedirão que esses eventos aconteçam novamente. Ficar significaria considerar a perda de vidas humanas como um parâmetro de nossa atividade, algo inconcebível", lamentou Thierry Allafort-Duverger, CEO da MSF, citado no comunicado.

Com quase 16.000 partos em 2019, essa maternidade foi um dos maiores projetos da ONG no mundo. Seu fechamento pode afetar mais de um milhão de pessoas, de acordo com MSF.

eb/jf/cac/es/mis/mr

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por