Enormes multidões foram às ruas no mundo todo neste domingo para comemorar o Dia Internacional da Mulher, e apesar dos temores pela epidemia do coronavírus que atinge o planeta
Enormes multidões foram às ruas no mundo todo neste domingo para comemorar o Dia Internacional da Mulher, e apesar dos temores pela epidemia do coronavírus que atinge o planeta.
Em um dia que houve alguns confrontos violentos e prisões de manifestantes em vários países, as mulheres marcharam em locais distantes entre si como Tailândia, Indonésia, Filipinas, Quirguistão, Paquistão, Austrália, França e Chile. Em muitos locais, as marchas foram canceladas por questões de saúde.
No Paquistão, mil mulheres desafiaram a sociedade ultrapatriarcal a se manifestar por seus direitos, às vezes embaixo de pedras e gravetos jogados por oponentes. Ao mesmo tempo, outra marcha reuniu mulheres com véu que proclamavam sua "liberdade de viver de acordo com a Sharia".
Em Manila, centenas de mulheres e homens participaram de um protesto que queimou uma efígie gigante do presidente Rodrigo Duterte, a quem eles acusam de misoginia.
"A violência e a pobreza entre as mulheres estão piorando", disse à AFP Joms Salvador, participante da marcha.
"Embora tenhamos 37 leis relacionadas aos direitos das mulheres, o que está acontecendo no terreno é uma violência generalizada nas formas de abuso doméstico, assédio sexual e estupro", acrescentou.
No Quirguistão, a polícia prendeu dezenas de mulheres que se manifestavam contra a violência de gênero, depois de serem atacadas por homens mascarados.
A polícia disse à AFP que os manifestantes foram presos por sua própria segurança e por não avisarem da manifestação, pois um tribunal proibiu aglomerações devido ao coronavírus. As mulheres foram libertadas posteriormente e três de seus agressores foram presos.
Na China, epicentro da epidemia que matou mais de 3.500 pessoas e infectou mais de 100.000 em todo o mundo, a rede estatal de televisão CCTV destacou o trabalho dos médicos da linha de frente na luta contra o vírus.
Na Coreia do Sul, país com o maior número de casos depois da China, vários eventos também foram cancelados, devido à epidemia. "Embora não possamos estar fisicamente juntas, nossa determinação em obter igualdade entre homens e mulheres é mais forte do que nunca", disse a ministra da Igualdade, Lee Jung-Ok, em um vídeo.
Em Jacarta, cerca de 600 pessoas pediram ao governo que revogasse leis consideradas discriminatórias e adotasse leis contra a violência sexual.
Em Bangcoc, os manifestantes pediram uma melhor proteção no local de trabalho para combater a epidemia. Por medo do vírus, o número de pessoas nas ruas foi menor do que no ano passado.
As manifestações também foram menores que o habitual na Europa, muito afetada pelo coronavírus.
Ativistas do grupo Femen com os seios à mostra, luvas e máscaras de proteção, se reuniram na Place de la Concorde de Paris para denunciar "a pandemia patriarcal".
As manifestantes entoaram gritos como: "Quem está lavando os pratos?" e "Estamos fazendo uma revolução".