INTERNACIONAL

Mundo corre contra o tempo para evitar tragédia italiana

Os países do mundo tentam desesperadamente evitar uma tragédia como a italiana em seus territórios e reforçam medidas para acabar com a pandemia, começando pelo confinamento, que já afeta 1,7 bilhão de pessoas, e aumentando a busca por tratamentos ou vacinas

AFP
23/03/2020 às 16:38.
Atualizado em 04/04/2022 às 22:06

Os países do mundo tentam desesperadamente evitar uma tragédia como a italiana em seus territórios e reforçam medidas para acabar com a pandemia, começando pelo confinamento, que já afeta 1,7 bilhão de pessoas, e aumentando a busca por tratamentos ou vacinas.

A pandemia "acelera" de uma maneira "sensível", mas pode "mudar sua trajetória", afirmou segunda-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS), que defende testes de diagnósticos e quarentenas.

O novo coronavírus já matou mais de 15.000 pessoas, 10.000 delas na Europa, e infectou mais de 350.300 em todo o mundo, segundo uma contagem da AFP baseada em dados declarados oficialmente.

As autoridades de mais de cinquenta países ou territórios instaram mais de 1,7 bilhão de pessoas (incluindo 700 milhões na Índia) a não deixarem suas casas, de acordo com dados compilados pela AFP.

Caso desobedeçam essas regras, os infratores são multados e, em alguns países, podem até ser presos.

A Itália, que tem o maior número de mortes no mundo (5.476) e possui 60.000 casos diagnosticados, se apega a uma pequena luz de esperança pela queda no número de mortes diárias no último domingo.

Enquanto nos Estados Unidos, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, instou a estender a todo o território as medidas obrigatórias de contenção adotadas nos estados mais afetados, o presidente Donald Trump expressou suas dúvidas sobre o efeito das restrições e seu impacto na economia.

"Não podemos permitir que o remédio seja pior que a doença", tuitou.

Também aumenta a pressão para o adiamento das Olimpíadas, agendadas para julho no Japão.

O presidente da poderosa Federação Internacional de Atletismo disse que manter os Jogos "não é viável nem desejável". O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe também reconheceu que seu adiamento parece "inevitável".

Um a um, os Estados parecem se render às evidências: essa crise de saúde será longa, já que uma vacina, de acordo com os principais grupos farmacêuticos, não estará disponível antes de 12 a 18 meses.

A epidemia permanece imparável na Espanha, o segundo país mais afetado na Europa pelo Covid-19, depois da Itália, onde o número de mortos já ultrapassa os 2.000.

Desse total, 462 foram registrados nas últimas 24 horas, o dia mais fatal desde o início da epidemia.

"Parece que o aumento nos casos que observamos todos os dias está diminuindo gradualmente. No entanto, ainda não temos certeza de que atingimos o pico", disse o diretor de emergências de saúde Fernando Simón, na esperança de chegar a esse ponto nesta semana.

Também preocupa a situação nos lares de idosos espanhóis, tão afetados pela epidemia que precisaram da ajuda do exército. Em alguns, os militares encontraram "anciãos absolutamente abandonados, se não mortos em suas camas", disse a ministra da Defesa Margarita Robles.

E os "dias mais difíceis" ainda estão por vir, alerta o governo do presidente socialista Pedro Sánchez.

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