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Mundo 'deve apoiar Hong Kong', pede ativista pró-democracia

O ativista pró-democracia Joshua Wong pediu nesta segunda-feira (6) que o mundo apoie os cidadãos de Hong Kong, depois que o governo chinês impôs uma nova lei sobre segurança nacional no território semiautônomo e hoje emitiu ordens às escolas para a retirada de livros que violem as disposições

AFP
06/07/2020 às 17:26.
Atualizado em 26/03/2022 às 17:56

O ativista pró-democracia Joshua Wong pediu nesta segunda-feira (6) que o mundo apoie os cidadãos de Hong Kong, depois que o governo chinês impôs uma nova lei sobre segurança nacional no território semiautônomo e hoje emitiu ordens às escolas para a retirada de livros que violem as disposições.

"Temos que fazer o mundo saber que agora é o momento para apoiar Hong Kong", disse Wong, 23 anos. "Não se pode ignorar, ou silenciar, a voz do povo de Hong Kong. Com a convicção de que o povo de Hong Kong irá lutar por sua liberdade, nunca nos renderemos a Pequim", afirmou.

Um dos principais nomes da oposição em Hong Kong e figura detestada pelo governo de Pequim, Wong falou do lado de fora do tribunal onde é julgado com outros ativistas por seu envolvimento nas manifestações pró-democracia do ano passado.

A China promulgou na semana passada uma nova lei sobre segurança, que reprime a subversão, a secessão e o conluio com forças estrangeiras. Na ex-colônia britânica, a lei é considerada pelos opositores uma forma de silenciar e criminalizar o movimento pró-democracia.

O Facebook e o WhatsApp anunciaram nesta segunda-feira que deixariam de responder a pedidos do governo e das autoridades de Hong Kong por informações de seus usuários.

"Estamos suspendendo a análise de demandas do governo a respeito dos dados de usuários de Hong Kong, enquanto aguardamos uma avaliação mais aprofundada da lei de segurança nacional", disse um porta-voz do Facebook. O WhatsApp, por sua vez, observou que "as pessoas têm direito a uma conversa online privada".

O governo de Hong Kong, no entanto, ordenou que as escolas retirem livros que possam violar esta lei, imposta na última semana.

Os diretores e professores "devem examinar o material pedagógico, incluindo os livros", e "removê-los (das suas bibliotecas) se encontrarem conteúdo obsoleto que possa coincidir com os quatro tipos de infração" definidos por lei, anunciou o departamento de educação do governo chinês.

O embaixador chinês em Londres acusou hoje o Reino Unido de "séria interferência nos assuntos internos da China", após a sua resposta à lei polêmica.

O governo de Boris Johnson anunciou na semana passada que oferecerá aos residentes de Hong Kong um acesso mais fácil à cidadania britânica, abrindo caminho para que os mais de 3 milhões de cidadãos de Hong Kong tenham a possibilidade de se instalar no Reino Unido.

A lei de segurança nacional, promulgada na última terça-feira, é a norma mais dura já imposta à ex-colônia britânica, devolvida por Londres à China em 1997.

De acordo com o Reino Unido e vários países ocidentais, a lei de segurança chinesa constitui uma violação da autonomia de Hong Kong, que voltou à soberania chinesa após um acordo de retorno que previa autonomia territorial e legislativa no território por 50 anos. Este regime, chamado "Um país, dois sistemas", deveria, portanto, vigorar até 2047.

Na mesma segunda-feira, em outro tribunal, foi realizada a audiência da primeira pessoa indiciada por crimes previstos na nova lei de segurança. Tong Ying-kit, 23 anos, foi acusado de terrorismo e incitação à secessão, e teve a prisão preventiva decretada.

Uma fonte da polícia havia especificado que o suspeito, que carregava uma bandeira pró-democracia, investiu sua moto contra um grupo de policiais, ferindo três deles. O incidente ocorreu quando milhares de pessoas protestavam contra a lei de segurança na última quarta-feira, 23º aniversário do retorno de Hong Kong à China.

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